Médico fala de sequelas em pacientes na pandemia - na íntegra

Em razão da pandemia, dúvidas e esclarecimentos fazem parte de todo o contexto. A Otorrinolaringologia assim como outras especialidades da medicina tem papel determinante em cada etapa de tratamento, independente de diagnósticos e resultados. O Otorrinolaringologista José Pedro Nicodemo Buzatto comentou para a nossa reportagem sobre situações relacionadas aos ouvidos, seios da face, garganta e nariz em pacientes curados pelo coronavírus.
Ele disse que está mais frequente, e não em 100% dos casos, sendo com grande incidência em casos com covid e pós covid seria a perda do olfato e paladar. “Muitos pacientes queixam que durante a covid começaram a notar essas perdas, e após a melhora clínica da fase aguda da covid continuam com sintomas. A resposta a melhora desses sintomas varia de paciente para paciente. Tem quem recupera rápido o olfato e paladar. Outros recuperam paladar e ficam com perda do olfato, que em um período de 15 dias a um ou dois meses recuperam. E tem os pacientes que por lesões no nervo olfatório e nervos gustativos ficam com sequela por mais tempo. É mais raro, ainda bem. Mas tem pacientes que se prolongam na perda do olfato. As vezes são cinco ou meses. A maioria recupera e alguns ficam algumas sequelas. Não tem uma lógica. Depende muito do grau de epidemia que o paciente vai ter. Se tiver covid mais grave, a chance de ter uma sequela é maior”, comentou o médico.
Quanto a questão da garganta, alguns pacientes queixam pós covid de dor de garganta, sensação de pigarro, irritação mais arrastada. “Em geral esses problemas vão melhorando com o passar do tempo. Isso não são todos os pacientes. São alguns. E sobre o nariz, além do olfato, fase aguda de coriza, geralmente após covid a tendência é melhorar”.
Seios da face seriam as situações de congestão relacionada ao nariz, de acordo com José Pedro. “As vezes o paciente se queixa de uma sinusite viral, um peso na cabeça. Eventualmente dor de cabeça que pode ser da congestão ou uma cefaleia pós covid. Alguns pacientes queixam que pós covid tem mais frequente dor de cabeça. Também varia muito paciente para paciente. Apesar de dois anos de pandemia, coronavírus é uma doença que está sendo bastante estudada”.  
Sobre o ouvido, ele disse que alguns pacientes alegam diminuição na audição depois da covid. “Geralmente a incidência é na faixa de 15%. Mas não é tão frequente como outros sintomas citados anteriormente. Não é uma perda acentuada de audição. É uma perda que as vezes também tem por um período. Paciente tem que ser avaliado, e ver se não tem pré-disposição anterior, familiar”.
E se procede que usar o termômetro como equipamento de rastreio da infecção pelo coronavírus, não é medida confiável e que pode trazer questionamentos em relação de eventuais dúvidas. “Covid é variado. Tem pessoas que tem o assintomático. Tem pessoas que tem covid com poucos sintomas. E tem quem tem covid grave com muitos sintomas. Aqueles casos em que são hospitalizados. Esperamos que a regressão dos casos graves se mantenha. Tem que continuar alerta. Termômetro não deixa de ser uma avaliação. Paciente tiver febre vai pensar em doença infecciosa. Realmente não é tão eficaz porque tem muita gente que é assintomática. Tem pessoas que são portadoras do vírus e são assintomáticas. Outras tem poucos sintomas e a febre não se manifesta. Não é extremamente confiável para se ter certeza”. 
Além do coronavírus, na próxima edição apresentamos as considerações do médico sobre gripe, resfriado, rinite, sinusite, faringite, laringite e amigdalite, conforme sua área de atuação, além da relevância de buscar ajuda profissional e evitar fake news. 

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