A Polícia Civil através da Delegacia Seccional, confirmou que na manhã de sexta-feira (24), no curso de Inquérito Policial previamente instaurado por força de requisição do Ministério Público do Estado de São Paulo, com objetivo de apurar a suposta prática de crime de maus tratos contra animais domésticos, esteve acompanhando trabalhos e levantamentos periciais nas dependências da ONG Dona Zuleika, situada na Estrada Municipal Abatedouro, s/nº, Jardim Ciranda.
O trabalho foi feito por peritos criminais previamente requisitados à equipe de Perícias Criminalísticas de Bebedouro. Também participaram os trabalhos, representantes da Subseção da OAB de Bebedouro, servidores do Serviço de Vigilância Sanitária, Serviço de Vetores e Zoonoses e também Promotoria de Justiça. A nossa reportagem conversou essa semana com o delegado seccional José Eduardo Vasconcelos, que informou que o inquérito está em andamento, e que não tem informações que possam ser divulgadas no momento.
A vereadora Mariangela Mussolini, protetora, e que atua a ONG afirmou que se sentiu uma bandida e assassina quando soube da presença policial no local. “O promotor veio e disse que foi a melhor forma para parar com o mimimi de algumas protetoras do mal, que insistem em dividir a casa animal em Bebedouro. Não é apenas em Bebedouro. Todos os municípios tem esse problema com os protetores de animais. Abriram o inquérito policial contra mim, contra a ONG”.
Além dos maus tratos, ela informou que os cachorros estavam passando fome, conforme uma das denúncias. “Funcionária antiga andou com um policial porque tinha que entrar na baia, mostrar a bacia de ração e da água. Ficam lá dentro, onde é para deitar quando está frio, e a comida fica lá para não molhar se chover. E se tiver poeira não suja a comida. O policial falou que não viu um cachorro magro”.
Ela reconheceu que houve mortes por briga, e enfatizou que cães novos nunca foram colocados juntos com os antigos. “Infelizmente, e não colocamos cachorro ali para brigar e se matar. Estamos para cuidar dos animais que estavam nas ruas. Muito daqueles animais pegamos doentes e atropelados, recuperamos. Aí aconteceu isso. Quando resgatamos trago primeiro para minha casa. Tenho um setor, que falo maternidade. Colocamos os mais novos juntos, e eles ficam um tempo aqui até fazer uma baia. Na hora que faz a baia levamos esses que estão juntos há tempos. E foi isso que aconteceu. Nunca levamos um cachorro novo lá (Ong) e colocamos junto com os antigos. Elas estão tentando também me denegri nisso. Se colocar cachorro novo, claro que vão matar”.
E reforçou sua luta na causa. “Minha vida foi pautada em sonhos. Uns possíveis e outros impossíveis. Até que vim para Bebedouro e Deus resolveu me colocar no caminho dos animais. Pois até então ninguém tinha conseguido ir muito adiante. É o caso da Dona Zuleika. O pessoal jogava os cachorros lá. Aí vim para repartir com ela. E não fosse o Italiano (ex-prefeito), que me convidou para trabalhar não teria ido para o Canil poder vingar a Lei de 1998 do deputado Feliciano. Animais recolhidos nas ruas eram sacrificados em uma semana, e com o Italiano parou isso aqui, e cumpriu-se a Lei. Com muita luta e renúncia consegui um Canil Municipal que não mais sacrificasse os animais. E poderíamos trata-los e doa-los. Até consegui com a Unesp, convênio veterinário, se a ONG fosse regulamentada. Regulamentei a ONG, e graças a Deus a gente consegue muita coisa. A partir daí conseguimos salvar muitos animais atropelados ou doentes nas ruas. Isso ninguém fazia e porque não queira assumir”.
Mariangela enfatizou que quando entrou para vereança conseguiu o local para abrigar os animais, que no caso é o antigo Matadouro, além da castração do município para os animais dos munícipes, e dos que são recolhidos nas ruas. “Até então ia em Jaboticabal castrar os animais em uma perua Kombi cheia de cachorro. Não ajudo somente animais de rua. Ajudo também as famílias, e os animais das famílias necessitadas. Por isso que a ONG tem padrinhos porque o pouco ou muito de dinheiro que entra, além de ser para remédio ou ração. Vou muitas vezes para a Unesp com dinheiro do meu bolso, e quando não tenho, o dinheiro é da ONG para pagar tratamento”.
Quem denunciou preferiu não se identificar. A protetora fez algumas perguntas como sugestão para reflexão. “Seu ego é maior do que o amor aos animais? Você acha que sua cidade não merece uma ONG referência? Você ajuda ONG da sua cidade ou somente coloca um pouco de ração e água na rua? Você gostou da sua cidade um veículo de TV detonando a ONG referência? Você está aplaudindo? Você está feliz? Se quer assumir a ONG e mostrar que é mais eficiente? Tentou se reunir com a ONG para tentar ajudar? Passou Natal, Ano Novo domingo e feriado limpando e cuidando dos animais da ONG? Pensaram que me denegrindo estão denegrindo anos de trabalho, renúncia e compaixão? Vocês estão denegrindo os funcionários da ONG, que estão todos tristes. Não trabalharíamos aqui se tivesse maus tratos. Ou vocês acham que eles (funcionários) são coniventes com os maus tratos? Sei o nome de cada um de vocês e do que vocês são capazes, mas vou deixar para a Justiça desvendar essa maldade. Vocês imaginam como estão os padrinhos e madrinhas da ONG? Porque não procuram a ONG para ajudar e agiram com tanta maldade e agressividade sem pensar nas consequências de todos os envolvidos na ONG? Teve a capacidade de filmar a cachorra agonizando para colocar em rede social e me detonar. Porque não pegou o animalzinho e saiu correndo para cuidar? Preferiu fotografar, ir guardando. Porque não foi um apenas. Tivemos um mês trágico. Tanto é que levei um benzedor lá. Todos os cachorros estão acostumados entre eles. Cinco em uma baia que são amiguinhos há muitos anos. Ninguém colocou animal novo lá porque a gente sabe que não pode. Já foram na ONG, e com portão trancado jogaram a cachorra e no outro dia tinha apenas a carcaça porque temos uns 10 cachorros soltos para vigiar a ONG porque não aceitam outro animal. Ninguém é louco de por um cachorro novo lá”.
E quando houve as mortes, ela recordou que foi até o prefeito Lucas Seren pedir ajuda. “Ele prometeu fazer mais cinco baias para ajudar, e já estão fazendo. Não me omiti em nada. Fui atrás. Uma coisa estranha. Porque estão brigando não sei. E a pessoa ter a capacidade de filmar ali dentro. Que coragem, né? Só para detonar. Venha conversar. Vamos pedir ajudar. Sou voluntária na ONG e procuro ajudar a todos”.
Confirmando que as denúncias não procedam. Se alguma providência será tomada contra quem denunciou. E também contra quem exerce fake news, caso for descoberta. “Sim, com certeza o jurídico da ONG está atento”.
Assim como em qualquer matéria, a Folha da Cidade segue com o objetivo de informar, e não acusar. Desejamos que a Justiça seja feita conforme o esclarecimento dos fatos, independentemente de condenações e absolvições. E que a causa animal não seja prejudicada em nenhuma situação.