Conheça a doença que compromete a memória - na íntegra

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), estima-se que existam 35,6 milhões de pessoas com DA (Doença de Alzheimer) no mundo, sendo que o número tende a dobrar até o ano de 2030 e triplicar até 2050. No Brasil, a possibilidade é de que existam cerca de 1,2 milhões de pessoas.

Para falar sobre o assunto, sendo que o mesmo não pode e nem deve ficar limitado apenas na Campanha Fevereiro Roxo, a Folha da Cidade conversou com o neurologista e psiquiatra Sergio Luis Stuchi, que respectivamente atua há mais de 30 anos, e há quase uma década no ramo. Até o momento, a doença permanece sem cura. O objetivo do tratamento é diminuir os sintomas que variam conforme as fases leve, moderada e grave. Sendo perda de memória recente; dificuldade para encontrar palavras; desorientação no tempo e no espaço; dificuldade para tomar decisões; perda de iniciativa e de motivação; sinais de depressão; agressividade; redução do interesse por atividades e passatempos. Esquecimento leve nas atividades diárias; dificuldade para lembrar de eventos e atividades; problemas para lembrar o nome de pessoas e coisas. Mudança de personalidade; perda de insight; perda de habilidades simples como o hábito de escovar os dentes; não reconhecer pessoas em ambientes familiares; dificuldade em ler, falar e entender as coisas com clareza; confusão, agressividade ou desorientação; inconsciente das limitações pessoais; incapacidade ou grande dificuldade de realizar atividades do dia a dia; lembrança de fatos passado; perda da estabilidade sentimental e comportamental; perda da confiança e segurança; alucinações (ver pessoas, ouvir vozes de pessoas que não estão presentes). Maior desorientação e confusão; completa dependência de cuidados; complicações na saúde física devido a imobilidade; incapacidade de registro de dados e muita dificuldade na recuperação de informações antigas como reconhecimento de parentes, amigos, locais conhecidos; dificuldade para alimentar-se associada a prejuízos na deglutição; dificuldade de entender o que se passa à sua volta; dificuldade de orientar-se dentro de casa; e morte por infecções ou outras complicações como, por exemplo, doenças respiratórias.

O médico explicou o que é a doença, o que e a quem afeta. “Alzheimer doença que compromete a memória, e que consideramos como uma demência. Demência é grupo de doença que cursa com a perda progressiva da cognição. Cognição é a memória, atenção, pensamento abstrato e habilidades espaciais, evocação e aquisição de memória. Alzheimer é a demência mais prevalente e comum. Afeta as funções cerebrais superiores, principalmente a memória, e com o passar do tempo o comportamento, habilidades espaciais, fala, linguagem e motoras. Ocorre principalmente dos 60 aos 90 anos. Em alguns casos são mais precoces, e são mais raros. É uma doença em que quanto mais se vive, ela é maior prevalente. Suponhamos que aos 80 anos, a prevalência é 15% a 20%, 85 de 20% a 25%, 90 de 30% a 35%”, comentou Sergio. 

Referente aos exames que detectam. “O diagnóstico de Alzheimer não tem exame único. O diagnóstico é feito pela história clínica em que o paciente conta ou que os acompanhantes familiares contam, que vão mostrar o prejuízo que a pessoa vem tendo progressivamente da memória e de outras funções cognitivas. O exame neurológico e físico em geral. Outros exames, imagem, tomografia ou ressonância magnética. Importante os testes de triagem, testes neuropsicológicos. Nada isoladamente chega a lugar nenhum. Alguns pacientes que demonstram nos testes e na própria histórica clínica uma situação em que o diagnóstico fica mais claro. As vezes alguns pacientes necessitam de exames mais complementares para se fazer. Tudo é muito importante”.

Ele alertou sempre buscar ajuda profissional, e indicou hábitos saudáveis de vida como atividade física, além do acolhimento familiar e social como também não discriminar quem sofre com o problema. “E sempre manter-se ocupado do ponto de vista mental. A aposentadoria não significa parar de fazer alguma coisa. Significa a pessoa parar aquilo que vinha fazendo. Mesmo que não precise de um trabalho como retorno financeiro, é importante uma ocupação. Seja qual for. Alzheimer e uma doença em que há uma degeneração cerebral. É incurável, mas é tratável. Existem medicamentos que retardam a progressão e controlam em anos o declínio que vai se instalando progressivamente. Um tratamento bem feito ao longo do tempo certamente definem a qualidade de vida do paciente por muito tempo. E convívio familiar e social onde há aceitação e inclusão do paciente dentro daquilo que a condição dele permitir”. 

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