Município estuda retorno parcial de atividades (na íntegra)

Diversos segmentos estão no radar da pauta da Prefeitura para buscar alternativas de flexibilização no retorno parcial das atividades. No final da tarde de ontem (22), ocasião que a presente edição estava fechada, uma live em rede social, a ser conduzida pelo prefeito Fernando Galvão estaria prevista para informar as eventuais medidas. 

Além dos ambulantes, no qual apresentamos a situação momentânea da causa nessa edição, a realidade de academias e igrejas estão em discussão com a finalidade de preservar vidas, e ao menos amenizar questões econômicas. Bares e restaurantes devem contar com novidades nos próximos dias, porém, cada caso está em análise até então. O retorno que está mais cogitado para acontecer são as academias, sendo a princípio atividades com os equipamentos, e não aquáticas no primeiro momento. 

De acordo com o prefeito será criado e divulgado um Plano de Retomada Gradativa de Bebedouro. Ele reconheceu o momento crítico e manifestou respeito para quem não concorda com as medidas estabelecidas. “Estamos buscando alternativas. Sabemos que não é o ideal. Mas, é o possível no momento para que aos poucos, a gente volte à normalidade. Importante é preservar vidas. Usar máscaras e álcool gel, lavar as mãos, deixar o ambiente higienizado e evitar aglomerações. Não antecipei feriados essa semana. E se os deputados e o governador aprovarem em São Paulo na quinta-feira. Temos que cumprir o feriado na segunda-feira por determinação estadual. Seria uma antecipação de 9 de julho. Não podemos relaxar na questão dos casos. Temos bons números.  A cidade precisa devagar voltar à normalidade. Tem a questão da economia, e gente que precisa do emprego”, afirmou Fernando Galvão.

Rogério Valverde, diretor de Planejamento emitiu seu parecer. “Bebedouro foi uma das primeiras cidades no Estado e decretar o fechamento de alguns locais com muita coragem. Se temos números na saúde controlados hoje de alguma forma são graças a essas medidas duras, porém, que foram necessárias em momentos certos. Buscamos alternativas para equilibrar os interesses da Economia e Saúde. Decisões são decididas com base na Saúde e na Ciência. Não no achismo como muitos pensam, e nem com discursos irresponsáveis. As pessoas aí fora têm soluções para tudo. Especialmente, a oposição política como se tudo fosse muito fácil de ser resolvido. Não é assim que funciona. Toda decisão implica em mudar a vida das pessoas, e isso tem que ser tomado com muita responsabilidade. E não somente mudar a vida, mas especialmente nesse momento em salvar vidas”.

Academias - Município e representantes estiveram em reunião durante a semana, e estão elaborando documento para formalizar o retorno parcialmente com as devidas medidas de segurança com a finalidade de evitar transtornos, de acordo com o prefeito. “O retorno seria criar uma alternativa personal trainer, que seria um agendamento limitando o número de alunos dentro das academias em horários específicos. Por exemplo, determinada quantidade de alunos a cada 1 hora ou 40 minutos. Aí vai funcionando e higienizando os equipamentos. Deixando totalmente aberto e arejado o espaço para ter proteção. Tapete de higienização na porta, álcool gel e máscara para conseguir proteger”, salientou o prefeito.

De imediato, a prioridade é com quem tem problema de saúde, conforme salientou o prefeito. “Aquelas pessoas que realmente precisam atendidas dentro de uma academia por questões de saúde própria. Entendemos que academia não é apenas treino. É também uma necessidade de saúde, e muitas vezes até saúde emocional. Tem pessoas que precisam relaxar a mente e gastar aquela energia. É um espaço que temos que ter uma proteção um pouco maior. É isso que temos que construir com as academias com responsabilidade. Os representantes estão juntos com o Lucas Seren e o Rogério Valverde formulando o documento, que se Deus quiser vai sair nos próximos dias”.

O não retorno imediato das atividades aquáticas. “As próprias academias estão extremamente preocupadas, e a princípio não há nenhuma possibilidade. O contato é muito forte”. 

As academias vão voltar gradativamente assim como os demais segmentos. “Não vamos autorizar aulas com aglomeração de pessoas e as academias entendem esse risco. Imagina se houve uma liberação, e de repente acontece uma contaminação, de repente de um idoso ou criança em uma situação dessa. Acaba até sendo pior até para o próprio negócio. Vamos devagar. Uma primeira flexibilização. E na medida em que vamos acompanhando os casos, as adaptações vão sendo feitas”.

Educação - O retorno das aulas depende do aval do Ministério da Educação. Sendo que o Estado está sendo rigoroso no que tange a volta, conforme lembrou Galvão devido a aglomeração de pessoas tanto em escolas, faculdades e cursos profissionalizantes. “Uns concordam outros não. Tive até pedidos na Prefeitura para a retomada de cursos. Não é uma decisão do prefeito. É uma decisão do Estado. No estado inteiro está proibido qualquer tipo de curso, treinamento, escolas e salas de aula. Isso é complicado porque tem que ser avaliado tecnicamente”. 

De nada adianta liberar, e depois explodir os casos. “Na Franca houve retorno de algumas aulas, e depois precisou fechar de novo porque teve grande contaminação de pessoas. Não é apenas questão de crianças e idosos, é o ser humano em si. A gente tem que ter cuidado. Gostaria que voltasse ao normal, a partir de agora, mas infelizmente é um setor muito específico, e que depende de uma análise muito mais aprofundada”.  

Investimento - Segundo o Senado, por meio da sua Agência, o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, conforme PLP 39/2020, que prestará auxílio financeiro a estados e municípios foi aprovado no início do mês. O texto voltou à análise da Câmara dos Deputados, cujo presidente adiantou que os valores aprovados pelos senadores devem ser aprovados. 

A União deve destinar R$ 60 bilhões a estados e municípios para o combate à pandemia da covid-19, em quatro parcelas mensais, sendo R$ 10 bilhões exclusivamente para ações de saúde e assistência social, sendo R$ 7 bilhões para os estados e R$ 3 bilhões para os municípios e R$ 50 bilhões para uso livre, no qual R$ 30 bilhões para os estados e R$ 20 bilhões para os municípios. Além dos repasses, os estados e municípios serão beneficiados com suspensão e renegociação de dívidas, o que amplia o auxílio a um total de R$ 125 bilhões.

R$ 8.668.005,06 será a verba destinada para Bebedouro. O vereador Jorge Cardoso (DEM) explicou sobre o recurso de auxílio ao município, no qual houve confusão nas redes sociais e muitas pessoas perguntaram onde o valor teria sido aplicado. Sendo que o valor está em tramitação no Senado Federal, ou seja, até o momento, a cidade ainda não recebeu o recurso.  Ele ainda reforçou que a Câmara ficará atenta quando o recurso chegar e acompanhará a aplicação do dinheiro.

Casos - Conforme a Vigilância Epidemiológica até o fechamento dessa edição, o município registrou 37 casos positivos de Covid-19, no qual 11 de outras cidades. Dos 218 casos notificados na cidade, 164 já foram descartados, sendo 34 de outros municípios, e 17 suspeitos ainda aguardam os resultados dos exames.

Entre os casos confirmados, um paciente internado em caso grave, e quatro considerados leves. E 28 pessoas já estão recuperadas do vírus. Não havendo nenhum óbito registrado. Nem todos os casos confirmados precisam ficar internados. Os demais pacientes estão em isolamento domiciliar. Passaram por atendimento médico e estão sendo acompanhados. Existem casos mais leves da doença.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Bebedouro, uma bebedourense faleceu no Hospital São Judas Tadeu, localizado em Barretos. A mulher que estava internada em Barretos, passava por tratamento paliativo contra um câncer de palato, local onde apresentou os sinais do Covid-19 e veio a falecer. “Não vamos dar nome e nem detalhes por uma questão de respeito”, afirmou o prefeito.

O caso foi registrado em Bebedouro, pois a paciente era natural do município, apesar do falecimento ter ocorrido na cidade vizinha, local onde foi realizado o exame de Covid-19. “O fato é registrado na cidade de residência e não de ocorrência. É critério do Ministério da Saúde. Caso alguém que more em Bebedouro, e venha falecer em outro estado, é contabilizado em Bebedouro”, explicou.  

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