O oftalmologista André Luiz Parolin Ribeiro afirmou que o Coronavírus pode ser transmitido pelos olhos, sendo que existe estudos em que pode ser contraído pelos olhos, no qual a transmissão mais comum ainda é pela tosse, nariz e boca.
O médico enfatizou a relevância da prevenção. “Tem que usar a máscara para que não tenha mais transmissores da doença. Não por apenas para não pegar, mas para também não passar. Passa por uma questão de consciência até em nível mundial. O grande problema hoje são os assintomáticos porque a pessoa quando está doente e no Hospital. E todo mundo sabe as pessoas estão se protegendo. A pessoa doente quando não está no Hospital, ela fica trancada em casa, e sabe que não pode ter contato com os outros. O problema são as pessoas que não sentem nada ou as pessoas que estão no período de incubação”, orientou o oftalmologista.
Ele falou do período de incubação. “É o período em que a pessoa tem o contato com uma pessoa doente, pega o vírus, e não desenvolve e nem sente nada. Esse período de incubação pode variar de dias até duas semanas. Imagina uma pessoa saudável, independentemente da idade. O período de incubação pode acontecer com qualquer pessoa. Ao poder demorar até duas semanas para desenvolver, se ela por exemplo não usar máscara, porque não vai ficar presa em casa de quarentena no quarto sem saber que tem o problema. Se não usar máscara pode passar para todos os contatos em potencial”.
No que tange a probabilidade de contágio. “Às vezes as pessoas usam as máscaras para se proteger. O que de fato é necessário e verdadeiro para se proteger. Mas é importante que todos usem a máscara. Tem pessoas que vão ter a gripe. A maioria das pessoas vão ter a gripe, e nem vão saber que tiveram a gripe. Tem estudos que falam que de cada uma pessoa que procura o Hospital. Tem estudos que variam de oito a 12 pessoas que estão circulando na rua, e que estão muito bem. O problema não são as pessoas que estão internadas no Hospital. Temos que torcer para ficarem boas. Bebedouro é uma cidade exemplo, não teve um óbito até agora. Vamos torcer para que continue assim. As pessoas precisam se conscientizar de usar a máscara”, comentou o médico na manhã de quarta-feira (6).
E fez um alerta para não expandir a doença. “Se tem uma pessoa doente, e está conversando com uma pessoa que não está doente. Se ela estiver de máscara, a possibilidade de passar a gripe é menor do que se ela estivesse sem máscara, e a pessoa que estiver conversando com ela estiver de máscara. E se os dois estiverem de máscara, a possibilidade cai quase a 0. É uma taxa muito pequena. Se todos nós estivermos de máscara não vai afetar a gente. A pessoa fala que não está doente, e não tem idoso e criança em casa, e nem está no grupo de risco. A doença pode dar voltas. Uma cidade pequena como a nossa pode estar doente e não sentir nada, passa para alguém que é colega. Esse colega vai passar para alguém e para outros, e a doença pode voltar para dentro da casa dessa outra maneira. Ou seja, via outras pessoas.
Ainda fez um apelo, e informou a média de transmissão, que pode até ampliar. “Se a pessoa transmitir a doença para uma pessoa, ela pode transmitir para mais três que é a média da transmissão. Aí vai aumentando a transmissão, e pode haver várias complicações. Protejam seus pais e entes queridos. Usem a máscara”.
Doença nos olhos que pode ser sintoma de Coronavírus. “Essa gripe pode se manifestar nos olhos como uma conjuntivite normal provocada por um vírus. Ela não deixa nenhuma sequela nos olhos. Em alguns casos pode ser o único sintoma da doença. É uma coisa que faz parte do quadro. Pessoas que têm conjuntivite nessa época devem ficar em quarentena. E na medida do possível realizar o teste para o coronavírus para realmente ter uma certeza e isolamento que deve seguir”. Se a conjuntivite incomodar muito. “Deve procurar o oftalmologista para se certificar se é isso mesmo, e quais as condutas de tratamento que devem ser feitas em relação aos olhos”.
Em termos de pesquisa científica, o médico reconheceu que a causa Coronavírus é uma situação nova. “Demora um pouco para fazer um estudo maduro, e ocorrer publicações. Atualmente os tratamentos feitos são mais a nível do que se observou dos lugares que já tiveram. As pessoas fazem o que já deu algum resultado. Tenho impressão que a experiência se tornou tão grande, que realmente as pessoas que tem uma assistência, e que não tenham outras doenças associadas, se recuperam muito bem com os tratamentos que são feitos hoje”.
E por fim, apontou as recomendações do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia), que caminha de acordo com as instruções dos demais órgãos competentes da Saúde. “Foi determinado para termos um cuidado maior no atendimento. Limpar os aparelhos com álcool ou outra substância após a cada atendimento. Limpar as mãos e usar os EPIs, máscaras tanto do paciente quanto do médico. E recomendações geias no sentido de aumentar a vigilância sobre a higiene como a lavagem de mãos, que são coisas que fazemos rotineiramente. Faz mais de 15 anos que me formei e nunca peguei conjuntivite. Orientamos as pessoas a virem de máscara. Disponibilizamos álcool gel, diminuímos a quantidade de atendimento e respeitamos o distanciamento para evitar aglomerações. Estamos tomando todos os cuidados para evitar algumas situações que possa colocar em risco os pacientes e a nossa equipe”.