As Olimpíadas estão se aproximando e as publicidades exaltando o espírito esportivo não param de circular na mídia. Dentre essas propagandas, uma ganhou destaque pelas lentes de um fotógrafo: o retrato de uma mulher dormindo na rua enquanto se lê no cenário “Um mundo novo”. Mais uma vez, o paradoxo brasileiro ganha destaque e é sinônimo de piada.
O slogan é uma tradição dos jogos olímpicos, assim como a tocha e os mascotes, e o Brasil definiu o seu “mundo novo” ressaltando como o esporte pode ser um instrumento de transformação. Superação, força de vontade e quebrar barreiras são sinônimos do significado do slogan Rio 2016. Fala-se até de um novo Rio após as Olimpíadas... justamente em uma cidade onde as favelas encontram-se escondidas pelos muros erguidos provisoriamente para as instalações olímpicas.
A violência, a desigualdade social e o descaso pelos direitos básicos dos cidadãos fomentam o descontentamento brasileiro. Manifestações surgem a todo momento criticando o investimento do dinheiro público no “entretenimento”ao invés de investi-lo nas necessidades básicas de saúde, educação e segurança.
O foco está na passagem da tocha olímpica pelo país e ignora-se as possíveis ameaças de atentados terroristas no local. Afinal, quem iria querer atacar o Brasil, não é?! Já temos motivos suficientes para nos prejudicar sozinhos... os outros países têm é dó de nós. Portanto, o que esperar de um povo que ri da própria condição e não se dá ao trabalho de criar estratégias para mudar? O que dizer de um povo que aprendeu a se gabar do “jeitinho brasileiro”, sem reconhecer que é um atestado de malandragem?
O tão sonhado e pouco realizado para o “mundo novo” da campanha brasileira somente será alcançado quando a mentalidade do povo for diferente, o que requer investimento em educação. Esse investimento somente ocorrerá a longo prazo, já que é necessária uma reestruturação iniciando-se com as crianças “futuro da nação”, o que levará cerca de 18 anos até elas se tornarem adultos bem educados civilmente falando. Pensando assim, é mais fácil mesmo continuar dando nosso jeitinho, não? Deixemos o mundo novo para o futuro da nação.
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