Liderança, altruísmo e respeito. O resgate dos 12 “Javalis Selvagens” e seu treinador foi acompanhado internacionalmente e mostrou que ainda é possível ter fé na humanidade. Em meio a tantas notícias sangrentas, um desastre que poderia ter acabado em tragédia se transformou em um milagre: todos vivos e ninguém sendo culpado pelo ocorrido.
A vontade de sobreviver falava mais alto do que o medo. Na caverna, no escuro, o treinador assumiu a postura de liderança e, juntamente com os meninos, cavou um buraco formando um bolsão de ar onde todos puderam se manter juntos e aquecidos. Ele ainda ensinou técnicas de meditação aos meninos para que se acalmassem e usassem o mínimo de ar possível para poupar energia. O líder manteve sua equipe viva.
Do lado de fora da caverna de ThamLuang, tailandeses e turistas se mobilizaram para construir uma cidade improvisada, onde alguns serviam comida gratuitamente, outros limpavam os banheiros públicos para que as equipes de resgate pudessem usar e mergulhadores estudavam a melhor maneira de salvar aqueles 13, até então, desconhecidos.Um socorrista voluntário, inclusive, arriscou sua vida ao máximo, vindo a falecer durante a operação. O altruísmo manteve a esperança dos familiares.
Com a trégua da chuva, a operação de resgate foi iniciada e, aos poucos, os “Javalis Selvagens” foram “trazidos de volta à vida”.Os familiares, ansiosos por reverem seus filhos, não se exaltaram nem tentaram invadir o hospital, pois compreenderam a necessidade da quarentena para a recuperação das crianças. Esses mesmos pais, aflitos e preocupados com o desaparecimento dos seus filhos, não culparam o treinador pelo ocorrido, pelo contrário, agradeceram-no por ter cuidado de todos e os mantido em segurança. O respeito mantém a vida.
A organização de todos os envolvidos, os cuidado da equipe médica, o respeito dos repórteres e a compreensão dos familiares estão permitindo que os garotos se recuperem aos poucos do trauma físico e psicológico sofrido.Até mesmo a primeira entrevista dos “Javalis Selvagens” foi previamente analisada por um psicólogo infantil para que não abalasse mais ainda os meninos. A reposta deles frente a essa tragédia: “uma experiência que os deixou mais fotes”. Liderança, altruísmo, respeito e mais uma chance para a fé na humanidade.
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Psicóloga - Renata Seren