Dona Canô (1907-2012): Lá no interior da Bahia, além de exercer a maternidade, dona Canô, mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia, foi uma artista, uma intelectual. Lia Víctor Hugo em francês e fazia questão de esclarecer: “A pronuncia é ‘Vitô Igô’”.
Oscar Niemeyer (1907-2012) burlou a Geometria Plana com a sutileza de um cavalheiro. Fez poucas concessões às retas. A sua genialidade mostrou, através da universalidade da sua obra, que a menor distância entre dois pontos não é uma linha reta, mas a mais bonita curva que o olhar percorrer. Einstein lavrou a certidão de nascimento do universo curvo. Niemeyer emancipou a curva, “engavetou” os ângulos, criou a impressão do concreto em movimento.
Robin Gibb (1949-2012) – Bee Gees: as “células” do seu talento nunca desafinaram. Acolheram a sua voz inesquecível, constituída de um vibrato empolgante – essa condição das vozes privilegiadas – que soa com rica expressividade, leveza e emoção.
O falsete – técnica de obter notas mais agudas com menos ou mais esforço – era outro recurso pelo qual obtinha extensões de voz impecáveis. O câncer não sabe viver no meio elástico chamado som. Nele, Robin é imortal.
Tom Jobim (1927-1994): Músico refinado, poeta sutil, maestro de obra farta. Deu o último suspiro, com certeza, afinado com a vida. Criou belezas musicais cuja limpidez é irretocável. Compôs Garota de Ipanema, musicando, no TOM certo, o sensual balanço de Helô Pinheiro.
A canção entrou nas paradas de sucesso de todo o planeta. Entrou, mas não pôde sair. Genialidade dá nisso!!!
Albert Einstein (1879-1955) “Eu cometi o maior erro da minha vida, quando assinei a carta ao Presidente Roosevelt recomendando que fossem construídas bombas atômicas”, escreveu o cientista.
No dia 6 de agosto de 1945, o avião norte-americano Enola Gay lançou a primeira bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, matando cerca de 140 mil pessoas. Três dias depois foi a vez Nagasaki ser atingida por outra bomba. Este último artefato, lançado cerca de 1,5 km longe do alvo, que era o centro da cidade, matou 75 mil pessoas.
Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982): historiador, jornalista, crítico literário, professor, é autor de Raízes do Brasil, um livro polêmico, mas que faz pensar. Outro escritor, Mário Prata, autor de Meus Homens e Minhas Mulheres, editora Objetiva, escreveu que Sérgio Buarque de Holanda, pai de Chico Buarque de Holanda, certa vez estava fumando maconha e a mulher dele, dona Maria Amélia, bebendo uísque. Mário Prata, antes da publicação, mostrou esse trecho do livro para dois dos filhos de Sérgio: Chico Buarque e Miúcha. Chico Buarque ficou exaltado e disse para o autor do livro: “Minha mãe nunca tomou uísque! Era cachaça!”.
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): Em 1984, numa entrevista concedida à pesquisadora Maria Lúcia do Pazo, Drummond afirmou que, na sua juventude, em Itabira,o máximo que se podia ver de uma mulher era o bico do sapato. Na mesma entrevista, o poeta conta as aventuras de quando foi para Belo Horizonte: “Na capital mineira, a gente se consolava com a perna e notadamente com a barriga da perna quando as mulheres subiam nos bondes”.
O corrupto: recentemente, faleceu um deles. Li o obituário num conceituado periódico da capital paulista. Dizia assim: “Faleceu, nesta data, aos 85 anos, o corrupto e especialista em desvios, Wenceslau Santos. O corpo será velado, devidamente algemado, no cemitério do Morumbi. Uma liminar proibiu a cremação. A medida evitará que as cincas escapem das algemas”.
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