Colônia de nudismo
Dias antes, cheia de pudores, a bailarina recusou uma apresentação, em uma Colônia de Nudismo.
Gavetas
Não gosto de abrir gavetas. Nelas, há sempre algo guardado para as urgências. Gosto de abrir as janelas, e sentir a vida lá fora me chamar, de um jeito inadiável.
Porres
Todos os porres chegam trancafiados dentro dos vasilhames. No corpo, destrancam as inibições.
Trajeto
Mesmo que seja difícil, não interrompa o trajeto. Voltar pode ser o caminho mais longo.
Ângulo
Não há ângulo que não se curve, à sensualidade da experiência.
Tarde em Itapuã
A tarde de Itapuã deveria começar pela manhã e nunca mais terminar.
Idade e sensualidade
idade é mera invenção do Registro Civil. Sensualidade não passa por lá, não tem nada a ver com Certidão de Nascimento.
Pelos e pele
Você surge pelos arrepios dos pelos, da pele, e aí tenho de ficar pelejando para terminar a minha prece antes de dormir.
Final de uma tarde de maio
Em ebulições turbulentas, fora do tubo de ensaio, dois corpos se abrasam num final de tarde de maio.
Cúmplice, colando asas aos desejos, a brisa sopra restos de espumas, que escapam, uma por uma, dos laços da linha do mar.
Cacho de uvas
No dorso da língua, as uvas daquele cacho, arrepiam as papilas, de uma fêmea e de um macho.
Cascas de uvas, esparramadas pelas bordas do pra, parecem ouvir os ecos, dos uivos da fêmea e do macho.
Poesia e Poema
Do encontro macho e fêmea entre a Poesia e o Poema, sinto a cada segundo a expressões e gestos do mundo.
Créditos: livro Mosaico Literário: Poesias e Crônicas, autor Augusto Aguiar, registrado na Agência Brasileira do ISBN (International Standard Book Number) Ministério da Cultura - Fundação Biblioteca Nacional, sob número 978-85-63853-54-7.
Augusto Aguiar augusto-52@uol.com.br www.m-cultural.blogspot.com http://stilocidade.webnode.com