A imagem da Donna (mulher) no quadro parece estar liberta de qualquer tensão, de qualquer paixão interior. À paz do espírito corresponde a paz da paisagem (compare), que resplende na luz da tarde. Ela tem um visual catalisador. Creio que Giovanni Bellini, autor do quadro, a cada toque da espátula ou pincel na tela, tinha um brilho especial nos olhos. O braço e antebraço direito, dependendo da posição que o observador olha, formam um ângulo de 90% (dependendo).
Mas o que se vê é uma aparente obtusidade que faz o papel do bojo de um sutiã. Uma parte da mama à mostra fica coberta pelo braço e antebraço, descaracterizando a sua geometria de lágrima, dando destaque à região areolar na qual brota o mamilo semi-protuso. Presumo que seja semi-protuso. O tecido no corpo serve mais para despir do que para cobrir. Fica em destaque o ventre, essa via estritamente feminina (como já definiram os poetas).
É a minha homenagem à mulher veneziana (e a de Bellini na pintura) gestada nas imagens Renascentista.
Augusto Aguiar augusto-52@uol.com.br www.m-cultural.blogspot.com http://stilocidade.webnode.com