Pronúncia de Nomes Próprios Estrangeiros

O Dicionário do Palavrão e Termos Afins, autor Mário Souto Maior, editora Record (1998),  é uma obra muito bem elaborada . Destaco  a seriedade com que o tema é tratado. O dicionário nos remete aos termos do gênero e usados nos cotidianos regionais.

Prefácio de Gilberto Freyre: "(...) O autor do Dicionário evita a pornografia pela pornografia, embora não pretenda estrangular o que é erótico na língua portuguesa... ". Jorge Amado - na quarta capa - comenta a obra e Carlos Drummond de Andrade elogia o autor.

O palavrão é considerado o bandido do filme da língua e das regras de comportamento. Isso, no entanto, não impediu que fosse objeto de um dicionário. Parece mentira, não é ?

Vejamos, então, estes nomes: Foucault , Kierkegaard.

Que horror! Os nomes acima são palavrões em língua estrangeira? Não são palavrões, mas sim nomes de conceituados filósofos. Erra-se demais nesse tipo de pronúncia.  Nesse caso, a pronúncia deveria ser grafada entre parênteses. Então, a sugestão é procedente? Explico a seguir:

O leitor decodifica símbolos do sistema ortográfico; o ouvinte, símbolos do sistema fonológico. Nenhum leitor, ao ler um livro, jornal ou revista, terá visto, escrita, a pronúncia dos nomes próprios estrangeiros. Portanto, a grafia da pronúncia seria necessária.

"Foucault, pronuncia-se "Fucô",  foi um pensador de muitas faces. "Kierkegaard, pronuncia-se Quirquegárd),  foi o precursor da Filosofia Existencialista. 

Entretanto, a pronúncia de nomes próprios estrangeiros, sem a grafia entre parênteses, continuará gerando dúvidas.

Foucault (Fucô), Kierkegaard (Quirquegárd), Hegel (Rêiguel), Nietzsche (Nitchi), Camus (Camí), Wittgenstein (Vitigueinstáin), Descartes (Decarte), Victor Hugo (vitô igô). São pronúncias  estranhas, mas não são palavrões.

Não são passíveis de um dicionário, mas merecem serem grafadas. Claro que merecem!


Augusto Aguiar

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