O irlandês James Augustine Aloysius Joyce (1882–1941) é provavelmente o mais badalado dos escritores do século XX. Em sua produção literária há a bizarra obra experimental Finnegans Wake (1939). A princípio visto como um romance, o Wake vai muito além da forma romanesca.
O importante, no entanto, é que o que Joyce conseguiu fazer foi criar um texto fertilíssimo, profundamente engraçado e ao mesmo tempo triste e doloroso.
Há também uma rica bibliografia sobre o Wake que inclui, além do Panaroma dos Campos, o livro Para ler Finnegans Wake de Joyce, de Dirce Waltrick do Amarante, o Skeleton Key to Finnegans Wake, de Joseph Campbell, e A Obra Aberta e The Aesthetics of Chaosmos: The Middle Ages of James Joyce, de Umberto Eco, que são uma bela literatura de acompanhamento para quem quiser estudá-lo mais a fundo.
A seguir, um trechinho de Finnegans Wake que mostra a complicada linguagem que James Joyce criou:
…Meus lábios livoraram para dá alegria do medo. Como quase agora.
Como? Como você disse que me daria as chaves do coração meu.
E seríamos casados até que amorte fossepare. E mesmo que cin nos
sersparemos. Ó, os meus! Só que, não, agora sou eu quem tem que ceder.
Como fis em si o fes. Ond’água-redonda. E será que nu er hora de mme
ddespedir? Hílas! Queria eut ertido mais relances de tespiar nesta luz crescente dalvo rada. Mas estás te transformando, aculcha, para além de mim,eu o sinto. Ou será que sou eu? Estou banzeira. Clareiafora, dentro aperta. Sim, estás te transformando, maridilho, e mudando, posso te sentir, por uma filhesposa das colinas ou travez. Inlamaya.”
Crédito: James Joyce, tradução de Adriano Scandolara