O edifício Panóptico tem a finalidade de abrigar prisões, internatos, sanatórios etc. Sua forma geométrica é um círculo dividido em pequenas celas. Estas possuem janelas para o exterior, a rua, e para o interior da edificação, o pátio. Conclui-se, portanto, que não há sombras no interior das celas.
No centro do pátio há uma torre. Nela, fica um vigilante. Venezianas e labirintos interligam as salas da torre, eliminam a luz, ruídos, impedindo a localização do vigilante.
Há um tipo de ser humano, esse aí da foto, por exemplo, que te abraça, te faz a corte, te afaga. No entanto, nas trevas (a torre), além de vigiá-lo, move o mundo contra você. E nem necessita da alavanca de Arquimedes, o inventor e matemático grego, que dizia: "Dê-me uma alavanca e moverei o mundo." O tal sujeito apenas recria, mentalmente, a arquitetura do edifício Panóptico para suas ações maquiavélicas.
Quando esse personagem cisma, corta os botões de flores dos projetos das pessoas que, por algum motivo, vê como obstáculo, mas sempre camuflado na torre. Em quaisquer circunstâncias que puder te cortar, ele corta. Inclusive para estremecer relações de amizades que você mantém carinhosamente. Claro, sempre usa como ferramenta outras pessoas, nunca se expõe para um confronto direto.
Por quê? Porque, quer na oralidade, quer na escrita, não tem capacidade para discutir alguma diferença conceitual porventura mal resolvida em outra época.
A página do Facebook, por exemplo, é a plataforma ideal para esse tipo de ser humano construir uma réplica do edifício Panóptico. Lá, vê a todos, não é visto, nem pressentido. A não ser por pessoas que sabem exorcizar esse tipo de demônio.
Augusto Aguiar augusto-52@uol.com.br www.m-cultural.blogspot.com http://stilocidade.webnode.com