Em Bebedouro, uma afronta à cidadania

Fazendo um paralelismo em termos de órgãos estaduais, para ficarmos apenas neles, Bebedouro é o palco do ator da propaganda do comercial do Posto Ipiranga. E Barretos é o Posto Ipiranga.

Entre outras situações, não é possível nossa população submeter-se a um ritual, verdadeiro calvário, num momento de dor profunda: o falecimento de um familiar em uma residência, quer esta seja de quem morre, quer seja outra qualquer. Nesse caso, o corpo deve ser submetido ao médico legista, mas em Barretos.

Para isso, antes, é preciso acionar o corpo de bombeiros; em seguida, a polícia militar para efetuar um B.O.; ato contínuo, a elaboração de outro B.O. no distrito policial. A título de exemplo, caso todas essas etapas forem concluídas às três da madrugada, o corpo será encaminhado para Barretos às oito da manhã. E sabe-se lá o horário da liberação.

Seria de bom alvitre, o Estado terceirizar esses tipos de recursos nos municípios onde eles não existem ou foram extintos (como aconteceu em nossa cidade). Ou, então, no caso de Bebedouro, credenciar o hospital municipal. Alguns médicos poderiam ser habilitados para cumprirem a função do legista. Caso a lei não permitir, muda-se a lei.

O Estado entope o poder público municipal no sentido de assumir o ônus para que determinados órgãos estaduais permanecem no município. Por que não resolver a questão do exercício da medicina legal (termo técnico de expressão utilizado para essa atividade) aqui em Bebedouro?

Até que seja possível esse tipo de procedimento ser feito em Bebedouro, as autoridades de nossa cidade poderiam pressionar o órgão responsável em Barretos, no sentido de agilizar esse tipo de procedimento.


Em algumas intervenção, cardíacas, por exemplo, o cirurgião dispõe de pouquíssimos minutos para realizar algum tipo de procedimento. Sob pena do paciente ir a óbito. Por que um legista de Barretos não pode ter um tempo médio para executar os procedimentos em alguém falecido em Bebedouro ou noutra cidade?

Por quê, como se vê, no caso de um falecimento com os procedimentos burocráticos concluídos às três da madrugada, o translado do corpo para Barretos ocorrerá às oito da manhã.

Diante disso, vê-se também que, possivelmente, o médico legista, nesses casos, salvo engano de minha parte, não atua durante a noite. Caso positivo, por quê?

No meu entender, a população não deseja justificativas, nem projeções. Deseja providências imediatas. Ou esse assunto não merece uma medicação prática e urgente?


Augusto Aguiar

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