Estátua fria

(Um Monge Solitário)

 

Estatua fria do meu amor,

pálida massada de gesso.

Quiçá sentisse eu teu calor,

- Simples boneca num canto sem

Apresso!

 

Das régias mãos apenas sombras,

nem arnelas tens nas gengivas.

Pois nem gengivas tens-se zomba,

de algo que não existe – fria

Qual algivas!

 

Do meu amor és apenas estátua fria,

só me lembra os beijos e as carícias.

Quisera eu te-la a cada manha e dia,

mas és apenas estátua fria...

Fictícia!

 

Tens ouvidos não ouves meu sussurrar,

tens lábios mas não me beijas.

Não tens o perfume do amor doce manjar,

deste amante vivo que tanto te

Desejas!

 

 

“Em rio que tem piranha,

jacaré nada de costas”.

 

Diác. Antonio Antognoli Sobrinho

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