(Um Monge Solitário)
A hora tem quatro quartos,
Cada quarto é um quadrante.
A vida também tem seus quartos
Mas se acaba num só instante.
A porca também tem quatro quartos,
Mas não dorme em nenhum.
Um cubo tem mais de quatro quartos,
Mas não vai a lugar algum.
A moenda mói a cana de açúcar,
Mas não bebe a garapa.
De garapa se faz a água ardente,
A moenda não bebe a cachaça.
Toda indústria tem quatro rodas,
Mas não consegue caminhar.
Roda, roda em seu próprio eixo,
Mas não saí do lugar.
O amor tem quatro letras,
Mas não sabe ler a nenhuma.
Só quem ama sabe o que é o amor,
É algo que existe entre brumas!
"Toda roda que roda,
roda porque é roda”.