A orquestra todavia continua a tocar,
Lá fora ruge violenta a tempestade!
Uma jovem branca quase nua a bailar,
Ante os convivas e sua majestade!
Enquanto isso um homem lá na prisão
Grita - “É a Voz que clama no Deserto”.
É o grito do fundo da alma de João,
Clamando ao povo por um caminho certo!
- “Pede, mesmo que seja a metade
Do meu reino eu te darei, Princesa minha!”
Preparada pela mãe cheia de crueldade
Satisfez a princesa os desejos da rainha!
Na mesa quero a cabeça do Batista,
Traga-a num prato e ficarei satisfeita!
Como palavra de rei não volta - “Conquista”,
A vontade de ambas foi feita!
O rei que amava João mandou degolá-lo,
E foi a cabeça posta ante os convivas!
Com o coração partido se fora o rei chorá-lo
Por não poupar, embora rei, uma santa vida!