Meu Cantinho

Quem passar por aqueles caminhos,

Beirando o pé daquela serra

Vai notar ali o meu cantinho,

Onde o sol à tarde se enterra!

 

É um ranchinho coberto de palha,

Que esconde uma fonte de aconchego.

É ali onde moro junto com as gralhas

E o pitoco que não me deixa medo!

 

Ao lado do ranchinho um monjolo,

Que soca, soca com a água da fonte!

Embora sozinho eu me consolo

Com a lua vindo de traz do monte!

 

À noite, tocando minha viola,

Choro a cabocla que não quer voltar.

No terreiro tenho o luar por esmola

Que veio pra me consolar!

 

Às vezes toco viola, canto e choro,

Me lembrando da minha paixão!

Pois se foi a mulher que tanto adoro

Com outro caboclo desse sertão.

 

Posso se muito pensar, morrer de dor,

Mas ela não quero nem de ouro pintada!

Pois quem não conhece a dor do amor,

Não sabe o mal que me fez esta malvada!

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