(Um Monge Solitário)
Chora, peito magoado!
deixes roçar o meu rosto o pranto.
Não dês uma de estouvado,
por tudo o que existe de mais santo!
O sutil contato dos beijos,
deixaste marcas de espada de dois gumes.
Imaginários voaste os desejos,
mas inda sinto o odor dos teus perfumes!
Perfumes estes, sem nomes,
mas deixaste marcas indeléveis nos ares.
Que dificilmente some,
qual distantes barcos em longos mares!
Um olhar disperso imagino,
perdido á tarde já total sonolenta.
Vais perfume qual peregrino...
meras ilusões são as que me sustenta!
“Senhor, a tua bondade durará eternamente,
mas a angustia minha, apenas por uma noite!”