Devaneios d’alma 

(Um Monge Solitário)

 

Chora, peito magoado!

deixes roçar o meu rosto o pranto.

Não dês uma de estouvado,

por tudo o que existe de mais santo!

 

O sutil contato dos beijos,

deixaste marcas de espada de dois gumes.

Imaginários voaste os desejos,

mas inda sinto o odor dos teus perfumes!

 

Perfumes estes, sem nomes,

mas deixaste marcas indeléveis nos ares.

Que dificilmente some,

qual distantes barcos em longos mares!

 

Um olhar disperso imagino,

perdido á tarde já total sonolenta.

Vais perfume qual peregrino...

meras ilusões são as que me sustenta!

 

 

“Senhor, a tua bondade durará eternamente,

mas a angustia minha, apenas por uma noite!”

Clima Bebedouro

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