(Um Monge Solitário)
A nuvem de lágrimas destila,
roçando minha barba serrada.
Diz o vigário também à sibila,
que vida triste, desgraçada!
Lembra à chuva, o solo encerra,
lancís, as gotinhas não esconde.
O gado com a chuva muge berra,
chuva que molha meus cacondes!
Lágrimas molham somente a barba,
chuva ante o solo, cálido estio.
Barbas longas mendigos têm a barda,
e um surrão pobre, sujo vazio!
Lágrimas que a barba oculta...
o rosto triste, sujo emusgado.
Lágrimas que por certo insulta,
labéus de um triste passado!
“Não tem o mendigo por quem chorar,
nem por ele, tem quem chore”.