(Um Monge Solitário)
Carro de boi está cantando,
tine a argola do ponteiro.
Vai boiada, vai ruminando,
vai rangindo os tamueiros.
São doze bois de primeira,
levantando poeirão na estrada.
Transportando o progresso,
no passo lento da boiada... (da boiada).
Carro de boi lá vai cantando,
levanta poeira no estradão.
Vai transportando o progresso,
orgulho do meu sertão.
A boiada caminha lento,
conforme a toada dos cocão.
Que faz o velho carro gemer,
lá no alto do espigão... (do espigão).
Crianças correm na porteira,
só pra ouvir o carro chorar.
As mocinhas saem nas janelas,
pra fazer o carreiro chorar.
E quando já vai na distancia,
jogam beijos e acenam lencinhos.
O Carreiro vai chorando de saudades,
deixando lágrimas no caminho...(no caminho).
Vai olhando para traz,
até aonde sua vista alcança!
O carreiro por uma mulher,
chora feito uma criança!
Com o lenço que traz no pescoço,
enxuga as lágrimas dos olhos seus!
Vai pensando naquelas garotas,
que o aceno não seja o adeus... (não seja o adeus).