(Um Monge Solitário)
Prende os teus cabelos, que caiam as madeixas,
fazendo cocegas nas minhas orelhas.
E prazeroso por certo, não hei de ter queixas,
não me importa as tuas francelhas!
Qual remigio dos passarinhos, são tuas tranças,
não me importo com os quipãs no amor.
Me alegro quando te chamo pra uma ligeira dança,
não há prazer maior que dançar com uma flor!
Já fazem muitos anos que eu a conheci sorrateira,
jamais trouxera para mim desencantos.
Sempre te foste comigo tão amável e lizongeira,
nunca me causaste âmaros prantos!
Não tens confidências reservadas no teu coração,
nas seges do amor sempre tomas dianteira.
Muitas vezes eu é que fico numa seria indecisão,
por tomares a decisão por primeira!
Diác. Antonio Antognoli Sobrinho