Delfim Netto

Ele deu seu recado na hora certa!

O Brasil sempre contou com grandes economistas. Selecionamos os três de nossa preferência: Eugênio Gudin Filho, considerado o guru dos economistas brasileiros, formou-se em engenharia pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Foi o redator do projeto de lei que institucionalizou o curso de economia no Brasil. Gudin sempre defendeu a redução dos gastos públicos e do crédito como uma das principais medidas de combate à inflação. Um mês depois da morte de Getulio, assumiu o Ministério da Fazenda, aceitando um convite do então presidente Café Filho. Com mais de 100 anos, considerado o principal expoente da escola monetarista neoliberal do Brasil, morreu Eugênio Gudin, um personagem que marcou todas as gerações de economistas formados no Brasil, no século passado.

Roberto de Oliveira Campos foi um economista, diplomata e político brasileiro. Ocupou os cargos de deputado federal, senador e ministro do Planejamento no governo de Castello Branco. Roberto Campos e Otávio Gouveia de Bulhões, e mais Eugenio Gudin em 1954, foram os únicos economistas liberais a chegarem aos cargos de ministros da área econômica. No segundo governo de Getulio Vargas, foi um dos criadores do atual BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, do qual foi posteriormente presidente. Participou da Comissão Mista Brasil - Estados Unidos, que estudou os problemas econômicos brasileiros. Rompeu com Getúlio Vargas e foi designado para trabalhar no consulado brasileiro em Los Angeles. Exerceu os cargos de Embaixador do Brasil em Washington no governo João Goulart e em Londres no governo Ernesto Geisel. 

Apoiou, em 1964, o golpe militar no Brasil, e tornou-se ministro do Planejamento no governo Castelo Branco. Como ministro, modernizou a economia e o estado brasileiro através de diversas reformas e controlou a inflação.

Antonio Delfim Netto  assumiu o comando da economia em 1967 . Participou da Reforma Trabalhista, na restrição do direito a greves; na abolição da estabilidade empregatícia, na criação do FGTS, PIS e PASEP. Durante o período em que ocupou a pasta da Fazenda, ocorreu o tão badalado Milagre Econômico Brasileiro,  denominação dada à época do excepcional crescimento econômico durante o Regime Militar entre 1968 e 1973.

Aos 87 anos, continua com o raciocínio rápido e a língua afiada, sendo sempre respeitado e consultado por tudo e por todos. Alguém perguntou: Quem é a esquerda no Brasil hoje? -No Brasil de hoje, esquerda e direita são sinais de trânsito. Faz pouco tempo, concedeu uma entrevista muito oportuna em que  classificou o envio de um orçamento com déficit ao Congresso como "a maior barbeiragem política e econômica da história recente do Brasil" e disse que o pacote é "uma fraude, um truque, uma decepção, não tem corte nenhum, é uma cobra que mordeu o rabo". Quanto à CPMF é um imposto cumulativo, regressivo, inflacionário, tem efeito negativo sobre o crescimento e quem paga é o pobre". Sua opinião sobre o Ministro Mantega:

- O Guido não tem culpa nenhuma. E, para falar a verdade, nenhum ministro da Fazenda da Dilma tem culpa nenhuma, porque o ministro da Fazenda é a Dilma, é ela. E o custo da eleição é o grande desequilíbrio de 2014. O primeiro equívoco mortal foi encaminhar para o Congresso uma proposta de Orçamento com déficit. Foi a maior barbeiragem política e econômica da história recente do Brasil.

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