Existe uma tendência muito forte, que cresce a cada dia que passa, de tratar equivocadamente as pessoas. Mesmo com a mais reta intenção ou nem tanto.
Recordo-me de um fato muito pertinente de quando era jovem sacerdote. Na ânsia de fazer o máximo pela comunidade paroquial, partilhei com o grupo de jovens de Pitangueiras um trabalho na periferia da cidade. Lá morava uma senhora bastante idosa, sozinha, num casebre dotado apenas do essencial para sobreviver. Quisemos lhe fazer uma agradável surpresa. Num determinado domingo, os meninos do grupo se prontificaram a levá-la para passear, e as meninas se comprometeram em fazer “aquela faxina”, substituindo com peças novas tudo aquilo que estava gasto e quebrado. Deixaram o barraco “um brinco” de beleza e bom gosto.
Chegou a tarde! Estávamos felizes e ansiosos pela reação da tal senhora. Mas foi uma decepção quando ela chegou no barraco! Começou a chorar e a reclamar da perda de seus “queridos” pertences. Afinal, embora imbuídos da mais pura e reta intenção para agradar e beneficiar tal senhora... erramos! E como diz o ditado popular: “É errando que se aprende e amadurece na vida!”.
O esquema e o projeto foram perfeitos, porém erramos na origem: não pesquisamos primeiro qual seria, para aquela senhora idosa, seu desejo e vontade a realizar para ser mais feliz. Aprendemos a lição!
Você está sensibilizado com uma situação, principalmente de um idoso? Então observe, pesquise e descubra qual é seu “real” desejo, e procure saber fazê-lo sem decepcioná-lo. Você vai se surpreender. O desejo da pessoa em questão poderá ser, e na verdade é, muito mais simples e “barato” do que você imagina.
Portanto, não tome a iniciativa de ajudar quem quer que seja, de maneira especial idosos e crianças, baseando-se apenas no seu “próprio” modo de pensar. Olhe primeiro a expectativa da pessoa carente em questão.
Você concorda comigo? Então divulgue esta nossa reflexão.
Cônego Pedro Paulo Scannavino Paróquia São João Batista