Diante de um produto ou mesmo de uma pessoa, é inegável a tendência de nos deixar levar pela aparência, rótulo ou embalagem.
Quantas surpresas e decepções!
Isso se dá, certamente, porque nossa preocupação maior não é, antecipadamente, observar, conhecer e analisar o interior ou o conteúdo do objeto ou da pessoa. Preferimos ficar na aparência ou conveniência. E o mesmo se dá com palavras e expressões em nossa convivência diária.
Exemplificando:
JUSTIÇA – Não raras vezes, nos deparamos com pessoas usando esse vocábulo de maneira equivocada ou por ignorância, totalmente alheias ao seu verdadeiro significado.
1º) Diante de um crime, de um acidente ou prejuízo pessoal ou social, encontramos quem grite e clame por justiça, de forma consciente e voluntária, exigindo a mais severa e imediata punição. Na verdade, movido pelo ódio e impotência, ele deseja “justiça” ou “vingança”?
2º) Justiça não seria analisar e punir imparcialmente o verdadeiro culpado, sem apelar para o vandalismo, que penaliza cidadãos inocentes que nada têm a ver com tal crime? Estariam fazendo justiça, colocando fogo em ônibus e danificando bens públicos e particulares, indiscriminadamente? É justo, em nome de reinvindicações justas, prejudicar ou parar uma cidade, uma estrada e meios de transportes de toda uma comunidade? Essas atitudes extremadas ajudam na solução de problemas ou agravam ainda mais, semeando ódio, divisões, fanatismo e terrorismo gratuito e profundamente injusto e pernicioso?
3º) Qual seria a verdadeira justiça aos olhos divinos?
Deus, ao nos criar, teve em mente um projeto para sermos felizes, dando-nos não só instruções e testemunhos, mas as ferramentas necessárias para se atingir os objetivos dEle e os nossos. A verdadeira justiça é adequar nossos projetos humanos aos projetos divinos. Casa coisa a seu tempo e sua hora, respeitando a prioridade divina, pois Deus conhece o caminho e o que é ou será melhor para cada um de nós.
Cônego Pedro Paulo Scannavino Paróquia São João Batista