Dizia um pensador famoso que “de tanto escutarmos e vivermos na mentira, ela acaba nos dando a sensação absurda de verdade”.
Analise, caro leitor, a situação atual da nossa sociedade moderna, nacional e internacional. A mídia nos bombardeia com conceitos e comportamentos que, no início, nos chocam, mas, aos poucos, de tanto escutar e presenciar, vamos nos acostumando com a ideia e acabamos contaminados profundamente, achando tudo normal e irreversível.
Que dizer, por exemplo, das atitudes, da corrupção, da falsidade, defesa escusa de interesses pessoais, insensibilidade diante da miséria que aí está, usada como manobra de políticos sem escrúpulos, moral e ética?
- Logo no início – impacto, nojo, revolta, inconformidade.
- Depois – temos esperança e fé numa mudança radical e eficaz pelo cumprimento da lei ou aparecimento de um salvador da pátria.
- Por fim – decepção total, frustração amarga – acomodação.
O pior de tudo isso é que apanhamos tanto, nos esfolamos com a experiência concreta e não aprendemos a lição.
Até quando continuaremos nesse “círculo vicioso”, nesta “roda vida”, que passa eleição e vêm outras e a situação se repete? Será mesmo que não sabemos votar? Ou somos “inocentes úteis” que, manipulados e iludidos com o “dinheiro” que podemos ganhar, com o “poder” que se torna possível atingir ou conquistar, não valorizamos nosso voto e nos vendemos a troco de promessas mirabolantes quase sempre não cumpridas?
Vamos acordar! Vamos dar um basta a todos esses que já provaram não só sua inoperância, incapacidade, mas também uma irresponsabilidade mais do que leviana de não corresponder às expectativas daqueles que deveriam ser representados no governo federal, estadual e municipal.
Lamentar, falar mal, fazer manifestações e greves, apelar para badernas e quebradeiras, invasões de protesto, etc. etc. de pouca valia será, se no dia das eleições nós nos omitimos, não votando consciente e responsavelmente.
Fiquemos atentos! Já começaram a aparecer as famosas “raposas” com as mesmas “promessas” e “tapeações”!
Se o dinheiro é bom e ajuda muito, ele pode, porém, nos corromper e nos anestesiar diante dos valores fundamentais do ser humano – sobrevivência digna e feliz.
O poder é necessário e insubstituível para se ter uma sociedade bem estruturada e eficiente. Mas se o poder não for usado prudente, eficaz e adequadamente para o bem comum, se torna um instrumento profundamente pernicioso e catastrófico.
Por incrível que possa parecer à primeira vista, nosso voto consciente e responsável pode mudar radicalmente a situação.
Leia com atenção e acompanhe atentamente os noticiários nos jornais, revistas, rádio e televisão. Daqui pra frente, procure analisar as palavras e atitudes dos candidatos. Observe as contradições de estratégias enganosas. Fique atento às promessas, integridade moral e ética do candidato, sua coerência naquilo que diz e no que realiza. Se o resultado nem sempre depende só dele, como poderá prometer e responder pela responsabilidade do outro? O pior cego e surdo é aquele que não quer escutar e ver.
Cônego Pedro Paulo Scannavino Paróquia São João Batista