Contradições a que estamos sujeitos

Cada indivíduo “acha” que tem a receita certa para todas as situações, mas não sabe onde termina o engano e onde começa a realidade. O engano é um equívoco e vem de ponta-cabeça, recheado de “eu acho”. Para os “achistas”, isso é cômodo. Mas o “achismo” é um vício que deve ser extirpado. Observamos que o acelerado ritmo dos “eu acho” pode estar ofuscando o propósito dos “eu acredito”. A verdade vem reta e direta, recheada de muitos “eu acredito”, sempre em busca de uma aproximação com o que é a verdade.

Nosso maior pecado é não incluir Deus em nosso futuro. Cada um tem suas situações e precisa tomar decisões. E decidir tem suas consequências. Contudo, não decidir tem mais consequências ainda.

Com o passar dos anos, vamos verificando que há uma perda de autonomia, obrigando-nos a nos ouvir com mais atenção. Sendo assim, é demasiadamente humano não querer pensar na finitude da vida. Mas uma hora chegaremos ao limite de nossos dias, sinalizando o fim da linha, sem mais chances de buscar a pureza, a beleza, restando somente o silêncio, o desconhecido e uma cruz no cemitério. A realidade é muito estranha, mas é a essência de cada um de nós. A fonte do mais puro amor está na Cruz de Cristo. É ali que devemos buscar a força necessária para amadurecermos e buscarmos as virtudes para bem viver os nossos dias.

O Papa Francisco nos fala: “O ser humano é estranho. Briga com os vivos e leva flores para os mortos. Lança os vivos na sarjeta e faz orações, pedindo um bom lugar para os mortos. Afasta-se dos vivos e se agarra desesperado quando esses morrem. Fica anos sem conversar com um vivo e se desculpa, fazendo homenagem quando esse morre. Não tem tempo para visitar o vivo, mas tem o dia todo para ir ao velório do morto. Critica, fala mal, ofende o vivo, mas o ‘santifica’ quando esse morre. Será que aos olhos cegos do homem, o “valor” do ser humano está na sua morte e não na sua vida? Mas é sempre tempo para repensarmos o sentido da vida, com mais maturidade, enquanto estamos vivos”.

Todos nós temos em nosso interior duas forças famintas e adormecidas: a força do bem e a força do mal. O bem é a virtude, a maturidade. O mal é a carnalidade, a irresponsabilidade. Qual delas vencerá? Vencerá aquela que você mais alimentar. A vida é assim mesmo. Existe muita tristeza nos sorrisos de alegria porque nos falta luz. Sabemos direitinho o caminho para satisfazer essa exigência. Gabriela Mistral diz: “Caso nossa maior necessidade fosse informação, Deus teria nos enviado um professor. Se a nossa maior necessidade fosse a tecnologia, Deus teria nos enviado um cientista. Se a nossa maior necessidade fosse o dinheiro, Deus teria nos enviado um economista. Mas, uma vez que a nossa maior necessidade é compreender e perdoar o próximo, Deus nos enviou o Salvador”.

Deus, em Jesus Cristo, se fez como cada um de nós, para que pudéssemos nos tornar como Ele. Ele ama cada um de nós como se houvesse apenas um de nós para amar. Somos seres humanos em busca do melhor crescimento material, espiritual e emocional, mas, se não tivermos amor, nada seremos. Nessa trajetória, as fraquezas fazem parte da jornada, mas as vertentes: trabalho e família vão representar fortalezas para que nos aproximemos da bondade, da beleza e justiça de Deus.

 

Cônego Pedro Paulo Scannavino

Paróquia São João Batista

 

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