Diante da tentação do pecado

TENTAÇÃO – Diante do maligno, que estimula nossa vontade de nos satisfazer, contrariando o plano do Criador, o que recomenda a nossa consciência?

Da tentação ninguém escapa, nem Jesus Cristo escapou. Portanto, o mais importante não é livrar-se da tentação, mas não cair em tentação, como diz a oração do Pai Nosso.

Se eu tiver uma tentação e vencê-la, distraindo-me, desviando minha atenção para outra coisa, além de não pecar, estarei fazendo um ato de autodomínio, portanto, um ato de virtude e não pecado.

 

PECADO – Deixar de lado o projeto de Deus, dando prioridade à minha vontade humana, contrariando a vontade de Deus.

 

Reflitamos juntos as três tentações que Jesus sofreu no deserto – Lucas 4,2-13.

1ª tentação: Lc 4,2-4 – Naquele dia ele não comeu nada e, no final, teve fome. Então o diabo lhe disse: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão”. Jesus respondeu: “Está escrito – não só de pão vive o homem”.

 

a) “Teve fome”: A tentação se faz presente a partir de nossas carências e necessidades materiais. O diabo sempre aproveita a nossa fragilidade pra destilar seu veneno, justificado pela mentira.

 

b) Resposta de Jesus: “Não só de pão vive o homem” – Como o homem é um composto indivisível de corpo e alma, matéria e espírito, ele tem necessidades materiais e espirituais. Daí levarmos em conta o alimento de sustentação do corpo e da alma. Aproveitar da matéria sem menosprezar o espírito: “De que adianta ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se eternamente?” É preciso colocar Deus e as coisas de Deus em primeiro plano e o resto nos será dado por acréscimo, diz Jesus.

 

2ª tentação: Lc 4,5-8 – O diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe todos os reinos da terra e lhe disse: “Eu te darei todo este poder e riquezas desses reinos, se te prostrares diante de mim e me adorares”.

 

a) Resposta de Jesus: “Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás culto”. Embora teoricamente digamos que somente a Deus adoramos e prestamos culto, na prática, muitas vezes, O trocamos por inúmeros “ídolos”: poder, riqueza, vaidade, posição social, interesses materiais etc.

O que significa adorar?

A Igreja, através de seu magistério, ensina que o cristão católico deve adorar exclusivamente a Deus, como Senhor absoluto, único sobre tudo e sobre todos.

E Nossa Senhora e os santos?

Nós, católicos, não os adoramos, apenas cultuamos e respeitamos como Mãe e irmãos, que se encontram junto de Deus e são nossos intercessores e modelos de virtudes.

 

3ª tentação: Lc 4,9-13 – Depois o diabo colocou Jesus no ponto mais alto do templo de Jerusalém e lhe disse: “Se és Filho de Deus, lança-te daqui para baixo. Pois está escrito: ‘O Senhor dará ordens aos seus anjos a teu respeito para que te guardem, eles te carregarão nas mãos para que não tropeces em alguma pedra”.

 

a) Resposta de Jesus: “Não tentarás o Senhor teu Deus”.

Quantas vezes colocamos Deus à prova ou O tentamos, abusando de sua misericórdia e bondade e, depois, exigimos “milagres” só para nos satisfazer e evitar as consequências de nossos erros e pecados?! Dizemos: “Se Deus existe... por que acontecem tais coisas?”; “Se Deus é tão bom, por que permite a morte de inocentes, catástrofes, doenças e miséria?”.

Não confundamos a vontade de Deus com consequências de abusos, extravagâncias, erros e pecados dos homens. Deus nos deu inteligência, capacidade de raciocínio, vontade e liberdade de pensar e agir. Por que não usar esses dons e talentos que Deus nos dá, sendo coerentes e consequentes? Deus nos ama e respeita a nossa vontade.

Antes de reclamar e culpar Deus, façamos a nossa parte e Deus nunca deixará de fazer a Sua.

 

Cônego Pedro Paulo Scannavino

Paróquia São João Batista

 

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