O ser humano, embora sendo uma perfeita obra de Deus, foi criado com limitação. E esta limitação, que o distingue do Criador, foi agravada pelo pecado original, que não é apenas a transgressão de um preceito ou de uma lei, mas é uma desobediência à vontade de Deus e obediência à vontade do demônio.
Exemplo: A tentação e queda de Adão e Eva: Não acreditaram na verdade de Deus e acreditaram na mentira do demônio.
Deus: “Se comerem do fruto desta árvore, morrerão”.
Demônio: “Não morrerão. Vocês se tornarão como deuses”.
Consequência: Deus, sendo fiel e cumprindo sua palavra, fez com que assumissem as consequências de morte que é o pecado.
O demônio, mentiroso, foi desmascarado em sua mentira, porém tarde demais, pois o pecado já havia entrado no mundo.
E é notório que o esquema até hoje é o mesmo, passando de geração em geração. Levados pela ilusão, fantasia, prazer, euforia transitória, optamos, muitas vezes, pela tentação demoníaca e não pela verdade de Deus, que é permanente e gera a felicidade autêntica e duradoura.
Deus, ao nos criar, colocou em nossa mente o que chamamos “consciência”, que norteia nossas palavras e atitudes, seguindo uma ordem ou hierarquia de valores que nos alerta para aquilo que é mais importante, menos importante e sem importância, bem como suas consequências.
A consciência nos acusa, se o nosso comportamento está correto ou não, se vale a pena arriscar-se ou não, se nossa atitude vai nos levar à felicidade verdadeira e duradoura ou à euforia imediata e passageira.
Porém, essa consciência poderá deteriorar-se de tanto “abafá-la”, se não queremos lhe dar ouvidos e segui-la. Daí a expressão “agir conforme nossa consciência” não é absolutamente certa, tendo em vista que muitos já possuem uma consciência viciada, a tal ponto que chegam a dizer que não têm pecado, pois sua consciência não os acusa de nada. Desobedecem a ordens ou hierarquia ditadas pelo Criador, deixam de fazer a vontade divina para satisfazer seus próprios interesses meramente materiais, orquestrados, mais uma vez, pelo mentiroso demônio, e ainda querem viver em paz e tranquilos.
MAS NEM TUDO ESTÁ PERDIDO! Deus, em sua infinita misericórdia, além de perdoar o ser humano de seu pecado, de sua ingratidão e desprezo, nos ensina, através de Jesus Cristo, que, arrependidos, dispostos a nos converter e sendo coerentes conseguiremos a paz que traz a verdadeira felicidade.
Cônego Pedro Paulo Scannavino
Paróquia São João Batista