Somos generosos ou mesquinhos?

Fazer o que nos compete, com disposição e zelo, é apenas cumprir um dever. Todavia, se, além do dever, buscássemos fazer o que precisa ser feito, sem que fosse solicitado por ninguém, então poderíamos dizer que estamos investindo numa sociedade melhor. É preciso ser generoso e não mesquinho. É preciso que procuremos fazer o melhor e o necessário e não apenas o estritamente solicitado.
Quem trabalha apenas para receber seu salário demonstra que vale quanto ganha. Mas quem executa suas obrigações e vai além, sem esperar vantagens extras com isso, está investindo na própria felicidade, pois o trabalho dignifica o ser, mas o trabalho feito com amor e dedicação enobrece a alma.
Trabalhar por convicção apenas é a melhor maneira de se sentir bem. Isso porque, se ninguém elogiar nosso trabalho nem reconhecer nossos esforços, para nós, não fará diferença alguma. A grande satisfação estará calçada unicamente em fazer com excelência o que fazemos. O salário, nesse caso, será apenas uma consequência. Para explicar o que dissemos, partilharei com vocês uma historinha:
“Um homem foi contratado para pintar um barco. Enquanto pintava, percebeu que havia um buraco no fundo do barco e o consertou. Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi. No dia seguinte, o dono do barco procurou o pintor e lhe entregou um cheque de grande valor. O pintor ficou surpreso e falou: “O senhor já me pagou pela pintura do barco”. “Mas isto não é pela pintura”, falou o homem. “Esse pagamento é por ter consertado o vazamento do barco”. “Foi um serviço tão pequeno que não quis cobrar”, acrescentou o pintor. “Meu amigo, ao lhe pedir para pintar o barco, me esqueci de mencionar o vazamento. Quando o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria. Quando soube, fiquei desesperado, pois me lembrei que o barco tinha um furo. Grande foi meu alívio e minha alegria quando os vi retornando sãos e salvos. Então, examinei o barco e constatei que você havia consertado. Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida de meus filhos! Não tenho dinheiro suficiente para pagar-lhe pela sua ‘pequena’ boa ação”.
Já pensou, caro leitor, como seria nosso mundo se todos nós fossemos generosos e não mesquinhos no “servir”?

Cônego Pedro Paulo Scannavino
Paróquia São João Batista

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