Conscientizar-se para melhor viver

A experiência nos ensina que para conquistarmos algo melhor e superior em nossa vida não podemos nos deixar levar pelo mais fácil, mais cômodo e menos exigente. Se procurarmos pelo menos trabalhoso, acabamos perdendo a chance de progredir, crescer, produzir, conforme nossa potencialidade, no contexto de nossa realidade humana e profissional.
No fundo, sabemos da necessidade de mudanças, nem sempre agradáveis, porém fundamentais diante da realidade de hoje. Mas ficamos adiando um posicionamento, na expectativa de algum acontecimento mágico que justifique nossa acomodação.
Quase todos os problemas que as pessoas enfrentam no dia a dia são simples de resolver. Basta um “SIM” ou um “NÃO”, ou uma atitude corajosa de coerência.
O ser humano tem um desejo natural de se sentir grande. Porém, isso tem um preço. Faz com que as pessoas aumentem os problemas para experimentar a sensação de serem “grandes” ao resolvê-los. Acontece que, na maioria das vezes, o problema aumenta mais do que a capacidade de solucioná-lo. Então, isso se torna um mecanismo sabotador das realizações.
Um outro mecanismo de complicação dos problemas simples é utilizar-se do artifício da agitação ou ativismo. O ativismo e a agitação formam pessoas que assumem inúmeros compromissos e promissórias a pagar, vivem continuamente com medo de algo dar errado e, portanto, nunca têm tempo para “fazer” o que realmente gostam e, às vezes, nem sequer se permitem perceber do que realmente gostam.
Exemplificando: O pai de família que é maníaco pelo trabalho, que está sempre cheio de dívidas, que vive com a vida hipotecada, ele mata-se de trabalhar, não se diverte, sacrifica passeios, férias, lazer, para pagar uma casa que comprou à prestação. Quando finalmente paga a última prestação, passa a viver uma vida menos estressante e mais prazerosa? Nem sempre. Conseguindo saldar a dívida da casa, resolve comprar um sítio. E a história se repete. Nesses casos, geralmente o problema não foi apenas pagar a casa, porque toda essa agitação e ativismo podem esconder a enorme angústia de não querer ter contato consigo mesmo ou com sua família, mas de cuja segurança e bem-estar ele afirma estar zelando.
Se lhe perguntarmos o porquê de tanta agitação, por certo esse pai responderá: “Preciso criar um patrimônio para meus filhos”. Mas será que seus filhos querem ou necessitam desse patrimônio? Será que ele já pensou que a herança, muitas vezes, é “semente” de discórdia, brigas e separações entre os herdeiros? Não seria muito mais proveitoso dedicar-se mais à família, dar mais atenção ao desenvolvimento de seus filhos, demonstrar-lhes mais amor, carinho e propiciar-lhes uma presença de qualidade, mais profunda e menos superficial?
Tente, pelo menos! Vale a pena!

Cônego Pedro Paulo Scannavino
Paróquia São João Batista

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