Na construção de uma personalidade equilibrada e normal, é imprescindível levar a sério a autoestima. Porém, é preciso tomar cuidado para não confundir autoestima com vaidade.
Há pessoas, por exemplo, que não aceitam seu corpo como é e apelam para procedimentos estéticos não necessariamente compatíveis com a saúde e a integridade física, em nome da “autoestima”. Por conta disso, podem acontecer fatos deploráveis ou ridículos, em alguns casos até fatais, só para satisfazer, a qualquer custo, seu intento.
É preciso investigar:
- O profissional é capacitado, é apto legalmente?
- O lugar é seguro e apropriado para a realização desse procedimento?
- O custo é compatível?
- O paciente está consciente e preparado psicológica e fisicamente para tal procedimento?
- Dentro desse contexto, luta-se para defender a autoestima autêntica ou se deixa levar pela vaidade, que não é virtude, mas um grave defeito?
Todos nós temos e cultivamos uma “vaidadezinha” dentro de nós.
- Mas o que é vaidade?
A vaidade é o desejo desmedido, desenfreado de querer superficializar o “eu” para ser admirado por todos. Vaidade é vangloriar-se, é ter presunção e ostentação. No fundo, vaidade é mesmo uma futilidade. Nunca houve uma vaidade boa, assim como não há uma simplicidade ruim!
A vaidade nos torna, muitas vezes, insuportáveis! A simplicidade nos faz bondosos e, invariavelmente, agradáveis!
Simplicidade e bondade andam de mãos dadas. Ambas representam uma mistura saudável de aceitação, compreensão e respeito.
Você já viu um campo de trigo em época de colheita? Observe que certos ramos são mais altos e mais viçosos, enquanto outros se curvam em direção à terra. Experimente colher os que estão no alto, os mais “vaidosos”. Você verá que são falhos e vazios. Mas se colher os que se curvaram, os mais “humildes”, verá como estão carregados de grãos.
Com essa ilustração, você pode deduzir facilmente que a vaidade, além de ser enganosa, é ilusória e vazia!
Cônego Pedro Paulo Scannavino
Paróquia São João Batista