Esta realidade aflora com mais frequência quando, na comunidade em que vivemos, exercemos uma função de marido, pai ou autoridade.
Muitas vezes, ficamos tão insensíveis que não percebemos que as discordâncias podem criar ótimos caminhos alternativos, uma terceira via sobre a qual nenhuma das partes se deu conta. A grande tentação do pai de família, do chefe, do líder político ou comunitário, do educador é, justamente, resolver tudo “na marra”, agindo com autoritarismo e autossuficiência, esquecendo-se de que ninguém é “dono da verdade”, que somos limitados e vulneráveis a enganos e notícias distorcidas.
Precisamos, urgentemente, aprender a enfrentar com humildade as opiniões contrárias, se é que procuramos a verdade e a justiça custe o que custar. Precisamos saber partilhar com os nossos colaboradores as vitórias, as conquistas, os bons resultados. Isso porque nunca somos vencedores absolutos sem a colaboração de tantos anônimos que nos dão sustentação, estímulo, parcela do seu esforço, trabalho e idealismo.
A história está aí para provar que uma gestão baseada na autossuficiência, no medo e ameaças, no desconhecimento e não valorização de nosso “lugar ao sol” está fadada ao fracasso no decorrer do tempo.
Principalmente quando se trata de uma comunidade cristã, a tônica do relacionamento deve ser sempre a caridade, a paciência, a humildade, a justiça baseada no conhecimento de nossas limitações e capacidades.
“Sê firme e corajoso!” “Não temas nem te apavores, porque o Senhor teu Deus estará contigo por onde quer que andares” (Jos 1,9).
Cônego Pedro Paulo Scannavino
Paróquia São João Batista
Bebedouro/SP
Paróquia São João Batista
Bebedouro/SP