Em toda a história da Igreja vamos encontrar excelentes exemplos de sacerdotes que, com o seu testemunho e palavras, marcaram a comunidade cristã. São João Maria Vianney (o Santo Cura d’Ars), cuja festa litúrgica celebramos hoje (04/08), é um grande exemplo desses homens consagrados. Nasceu em Lion (França), em 1786; cresceu durante a Revolução Francesa e morreu exausto e esgotado aos setenta e três anos.
De origem humilde, menosprezado pelos intelectuais de seu tempo, devido à sua dificuldade nos estudos, venceu todos os obstáculos por sua fé, determinação e vontade férrea, aliadas à graça divina de servir a Igreja como padre. Foi o primeiro pároco da cidadezinha de Ars. Animado de grande desejo de ser verdadeiro pastor, bom caráter, simples e humilde, com extraordinária capacidade de sacrifício, converteu primeiro sua paróquia, depois a cidade de Ars, transformando-a numa comunidade exemplar.
Com extrema simplicidade de meios, sua pastoral tece uma insuperável eficácia: sua pregação convertia e fortalecia a fé e a vida cristã dos fiéis. A força de sua ação sacerdotal provinha do testemunho de sua vida pobre e penitente. O que lhe faltava intelectualmente superabundava na fé, esperança, doação e santidade.
Cristo, ao escolher seus discípulos, não os iludiu com promessas vãs de vitórias sem luta ou êxito sem fracassos. Muito pelo contrário. Ele disse: “Quem quiser ser meu discípulo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz todos os dias, venha e siga-me” (Lc 9,23). “Eu os envio como ovelhas para junto de lobos” (Mt 10,16). “Porém, estarei com vocês todos os dias, até o final dos tempos” (Mt 28,20).
Diante dessa realidade, não é de se estranhar as críticas maldosas e muitas vezes infundadas à Igreja, campanhas insistentes e manipuladas contra seus ministros expostos na mídia, tentando denegrir, em geral, toda a Igreja Católica Apostólica Romana.
Por certo, Deus e as coisas relacionadas a Ele (religião, sacerdotes e consagrados) incomodam e causam mal-estar a todos os que adotam o pensamento do mundo e seus atrativos.
Reflitamos: Quantos padres brasileiros estão envolvidos em escândalos apresentados pela mídia? Será que chegam a cinco por cento? Todos os casos são recentes e comprovados? E quanto aos noventa e cinco por cento restantes, não se tem nada de importante e positivo a divulgar com tanta insistência em todos os meios de comunicação? Vamos condenar todos os padres ou denegrir sua imagem por causa dos poucos que, infelizmente, dão contratestemunho? Vamos deixar de acreditar em onze discípulos só porque Judas Iscariotes traiu Jesus? Vamos deixar de acreditar no Senhor e em sua Igreja por causa disso? Deixaremos de praticar nossa religião e de comungar, por causa da mídia escandalosa, tendenciosa e mal informada?
Destacando a figura de São João Maria Vianney, padroeiro de todo o clero, agradeçamos a graça de possuirmos entre nós sacerdotes, pastores do rebanho de Cristo (a Igreja), valorizando estes que, dizendo “Sim” ao chamado de Cristo, se dedicam plenamente à comunidade na qual estão inseridos.
Cônego Pedro Paulo Scannavino
Paróquia São João Batista
