Sem dúvida, uma das grandes conquistas da humanidade no campo da medicina é a anestesia.
Hoje, não se admite descartar a anestesia numa intervenção cirúrgica, num tratamento odontológico ou, até mesmo, para se evitar a dor da picada de injeção. Porque ela não só é útil, mas necessária.
- Qual a sua função? Tornar o local insensível (anestesiado) por um tempo determinado.
Desta forma, grandes e pequenas cirurgias são realizadas sem que o paciente sinta qualquer dor, devido à insensibilidade que a anestesia produz.
Se no aspecto físico a anestesia é tão eficiente e nos traz tantos benefícios, o mesmo não podemos afirmar quanto ao aspecto psicológico, no comportamento humano. Quando somos anestesiados, no sentido figurado, psicologicamente, nós nos tornamos insensíveis à realidade que nos rodeia e irresponsáveis em relação às consequências de nossos atos e omissões. Da mesma forma que, acabando o efeito da anestesia física, aquele bem-estar “sem dor” chega ao fim e o paciente passa a sentir a sua dor terrivelmente dobrada, assim também acontece com as pessoas anestesiadas psicologicamente. Como o efeito da anestesia física é por um tempo determinado, também no aspecto psicológico a pessoa anestesiada se sente livre, feliz e solta por um tempo. Porém, isso é pura ilusão, porque, mais cedo ou mais tarde, vai chegar, por certo, o dia da verdade.
- E então? Aí, aquele que, iludido e alienado, escravo de seus instintos e manipulação alheia, mergulhado na fantasia de um prazer fugaz, sem consistência e durabilidade, quando acorda para a realidade, sente a terrível dor do remorso, do arrependimento tardio de efeito amargo, frustrante e, na maioria das vezes, irreversível.
- O que fazer? Ficar atento, esperto e consciente da graça de Deus, sem se deixar levar pela “onda”. Pois não estamos sós. Temos Cristo e os sacramentos.
Temos uma consciência que nos alerta do perigo. Temos a graça divina, a força de vontade e a liberdade de opção.
Agora é só agir!
Cônego Pedro Paulo Scannavino
Paróquia São João Batista
