Rezar?

Os discípulos de João Batista e de Jesus pediram aos seus mestres que lhes ensinassem a rezar. Por quê? Para quê?

Certamente, a razão não foi apenas imitá-los naquilo que eles observavam, mas porque sentiam necessidade de um contato mais íntimo com o Pai. Reconheciam sua fraqueza, sua dependência de Deus. Prevendo, por certo, sua missão, sentiam-se impotentes para concretizá-la sozinhos.

O que fazer?

– Rezar!

Como fazê-lo?

– Observando a atitude do Mestre, chegaram à conclusão que, recolhidos, à parte, deveriam entrar em contato com o Pai. Mais do que falar, precisavam ouvir o Pai.

O que Ele tinha a lhes dizer?

– Caro leitor, você já parou para reconhecer e valorizar sua missão de batizado, de luz do mundo, sal da terra, fermento na massa? Diante dessa realidade, você também não se sente impotente, sozinho, necessitado da ajuda da graça de Deus?

Como consegui-lo?

– Entrando em contato com o Pai. Rezando, como fizeram os discípulos de João Batista e de Jesus.

Você tem consciência de que, na oração, mais do que falar, você precisa escutar o que Deus tem a lhe falar?

– Rezar é dialogar com Deus. Se, num diálogo, uma só pessoa fala e não escuta a outra, não é diálogo e, sim, monólogo, e isso nunca foi oração quando se trata de uma conversa com Deus. Muitos acham que escutar Deus na oração consiste em sentir arrepios, arrebatamento, algo extravagante, numa voz direta e nítida, como quando conversamos entre nós. Se isso não acontece, lamentam e falam que Deus não responde. Será mesmo? Claro que não! Não podemos confundir “ouvir Deus”, gesto de fé, com a emoção forte, a sensibilidade, o impulso incontrolável. Basta-nos fazer silêncio interior, crer com tranquilidade, atentos ao pensamento, às inspirações que no momento nos vêm à mente. Basta-nos corresponder de maneira fiel, sem reservas, entregando-nos conscientes nas mãos de Deus, para que sejamos realmente seus mensageiros na comunidade onde Ele mesmo nos colocou. Como diz São Pedro em sua carta: “Confiai ao Senhor todas as vossas preocupações, porque ele tem cuidado de vós!” (I Pedro 5,7).

Assim, quanto mais nos aprofundamos e amadurecemos na oração, mais certos e conscientes ficamos de que rezar significa mais ouvir e escutar o que Deus nos transmite do que muito falar, pedir, lamentar...

 

Cônego Pedro Paulo Scannavino

Paróquia São João Batista

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