Será que o dia e a noite encolheram?

Basta prestar atenção: Quantas são as pessoas reclamando e se justificando que não têm tempo, que o tempo voa, que o dia parece mais curto, o que nos impede de realizar todos os compromissos diários...!? Será?

Em toda parte, na cidade e no campo, encontramos gente apressada, inquieta, nervosa e estressada, sempre saindo, quase nunca chegando e, invariavelmente, correndo contra o relógio. E o que fica é aquela eterna angústia da tarefa inacabada, do sonho irrealizado, da esperança falida, do aniversário esquecido, do amigo não visitado, do trabalho urgente que ficou pela metade... No oceano da futilidade televisiva, noveleira e publicitária, do diálogo fraterno em família voando baixinho, o silêncio orante e a leitura bíblica ficam sobrando, sem espaço, com pouca e insuficiente motivação.

Definitivamente, tempo é uma questão de preferência, de disciplina, de motivação. Um valor sagrado e fundamental nós defendemos ou vamos construindo com muita perseverança, entusiasmo e criatividade incansável.

Num milênio semiateu, consumista, dessacralizado, cabe-nos reencontrar o precioso espaço para rezar, para nos reabastecer, psicológica e espiritualmente, na caminhada da fé, da esperança, do amor cristão.

O precioso e frágil campo da felicidade, da alegria de viver e da realização deve ser cuidadosamente trabalhado com incansável esforço, fervor e generosidade. Se olhássemos mais para o alto e nos apegássemos um pouco menos às coisas da terra, teríamos um coração mais liberto e fraternal. Se modificássemos um pouco a nós mesmos, o mundo inteiro, a cada dia, também iria se transformar. Coração que se converte, converte o mundo. E tudo vai acontecendo lentamente, em silêncio, devagar, como as águas de um riacho que deslizam para o mar.

Para encerrar, aqui vai uma frase ou pensamento de um cantor popular e sábio:“Aprendi com a própria vida: devagar também é pressa”.

O Criador do universo nos deixou um precioso ensinamento: “Você quer realizar-se e ser feliz? Então faça tudo a seu tempo e sua hora, conforme o relógio de Deus”.

 

Cônego Pedro Paulo Scannavino

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