Lições da Paixão de Jesus Cristo

Publicado anteriormente em 31/03/2012


Depois de uma série interminável de sofrimentos físicos e morais, chega a hora de Jesus ser pregado na Cruz. E a Cruz que lhe colocaram nos ombros Ele não rejeitou. Muito pelo contrário, abraçou-a consciente e amorosamente não como um fardo, mas como um instrumento para realizar o projeto do Pai.

Jesus reconheceu sua debilidade física e aceitou a ajuda do cireneu. Embora consciente de sua inocência, não se rebelou contra seus algozes. Mesmo esgotado, esfolado, injuriado, ridicularizado, ainda buscou forças, antes de morrer, para pedir clemência ao Pai por todos os que O abandonaram, traíram ou caçoaram dEle: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem!” (Lc 23,34). Entregando-se nos braços do Pai, exclama: “Em tuas mãos entrego meu espírito!” (Lc 23,46). E expirou!

Todos nós, sem exceção, recebemos uma cruz adaptada aos nossos ombros para ser carregada.

Nós recebemos essa cruz como um fardo ou como Cristo a recebeu, considerando-a um instrumento para realizar o plano de Deus?

Reconhecemos nossa debilidade física e espiritual, aceitando e procurando ajuda e prestando também nossa ajuda àqueles que de nós precisam?

Embora conscientes de nossa inocência, como Cristo, sabemos perdoar aos que nos acusam injustamente, aos que nos prejudicam material e espiritualmente, não nos deixando levar pela vingança?

Será que também não somos algozes de nossos irmãos e não apenas vítimas?

Diz Jesus: “Com a mesma medida com que medirem, serão medidos; da mesma forma que perdoarem, serão perdoados; o que desejarem para si, façam para o próximo; o que não quiserem para si, não desejem para o outro” (Lc 6).

Diante do Cristo crucificado, qual é a nossa reação? De pena, de revolta ou gratidão e estímulo à fidelidade e à mudança de vida? Até quando continuaremos impassíveis diante do sangue derramado por Cristo na Cruz?

Nos momentos dos milagres e palavras doces de amor e serviço muitos O acompanhavam. Mas poucos foram os fiéis que tiveram coragem e solidariedade para permanecer junto dEle aos pés da Cruz, ao lado de Maria, nossa Mãe.

Estaríamos no meio desses poucos? Procuramos Cristo em todos os momentos de nosso dia a dia ou somente quando precisamos de graça ou milagre? Quantas vezes agimos como a maioria daqueles judeus, que procuravam Jesus unicamente interessados em milagres e benefícios, abandonando-O na hora em que Ele mais precisava!?


Cônego Pedro Paulo Scannavino
Paróquia São João Batista
Clima Bebedouro

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