Seu amor é autêntico?

Publicado anteriormente na revista JCS de março de 2014


Nunca se falou e se escutou tanto a palavra “amor” como nos dias de hoje. Nem por isso podemos dizer que entre nós se vive o verdadeiro amor.

Percebe-se que a preocupação maior não tem sido tanto descobrir e vivenciar o amor autêntico, mas “usá-lo” de forma superficial e, não raras vezes, distorcida, para justificar atitudes e comportamentos que destoam do sentido original e real do termo amor.

Há, nesse campo, duas maneiras de comportar-se: amar a si próprio, usando o outro para satisfazer-se, ou renunciar a si mesmo e doar-se para a felicidade e realização pessoal do outro.

Se o relacionamento de ambos se alicerça no egoísmo, fatalmente está condenado ao fracasso. Se esse relacionamento tem suas raízes no altruísmo, por certo terá um futuro promissor.

Amar não é apenas fruto da sensibilidade, mas é uma decisão consciente e responsável.

Quem ama de verdade não pode agir ao sabor do sentimentalismo do coração, mas deve também levar em consideração a razão, pois ela norteia e equilibra nossas atitudes e projetos.

Dizia um rapaz casado há dez anos: “Pretendo me separar, porque minha esposa já não é como no início do nosso casamento. E eu também não já não sou como antes. Caímos na rotina e não sinto mais nada por ela”.

O que poderíamos dizer a ele? Não mudamos, todos nós, com o passar do tempo? Será que a separação é o melhor caminho? Por que não refletir, dialogar para descobrirem juntos a melhor opção? O amor de ambos é autêntico?

O amor conjugal é como o exercício de jardinagem. O que faz o jardineiro? Continuamente, ele prepara o terreno, semeia, rega adequadamente onde plantou a semente, arranca as ervas daninhas que prejudicam a planta. Ele não abandona o seu jardim, mesmo sabendo que poderão vir pragas, secas ou excesso de chuva.

Portanto, amem-se mutuamente, aceitando as qualidades e fraquezas de ambos e não só exigindo obrigações, mas respeitando os direitos, dando afeto e ternura na medida que cada um gostaria de receber. E... sejam felizes para sempre!


Cônego Pedro Paulo Scannavino
Paróquia São João Batista
Clima Bebedouro

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