Não foi acidentalmente que Jesus perguntou aos discípulos: “E vocês, quem dizem que eu sou?”.
Desta pergunta não podemos fugir. E para exigir de nós uma decisão, Jesus apresentou-se de maneira muito clara, como podemos constatar em muitas ocasiões, por exemplo: Mt 4,19 – “Vinde após mim e vos farei pescadores de homens”;
Mt 5,11 – “Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim”;
Mt 5,17 – “Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição”;
Mt 12,8 – “Porque o Filho do homem é senhor também do sábado”;
Mt 12,41 – “No dia do juízo, os ninivitas se levantarão com esta raça e a condenarão, porque fizeram penitência à voz de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas”;
Mt 16,24 – “Em seguida Jesus disse a seus discípulos: ‘Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me’”;
Jo 3,14-15 – “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do homem, para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna”;
Jo 5,24 – “Em verdade, em verdade vos digo, quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não incorre na condenação, mas passou da morte para a vida”;
Jo 6,40 – “Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”.
Diante de quem assim se manifesta, também nós devemos tomar uma posição. Nisso consiste nossa decisão de fé. E será bom lembrar que nossa resposta vai depender de como nos vemos. Somente terá sentido aceitar Jesus como Salvador se nos reconhecermos necessitados de salvação. Ele só terá solução se, de fato, nos vermos enredados numa teia sem sentido. Podemos aceitá-Lo como Libertador somente se nos acreditarmos cativos ou escravizados. Será luz, se nos percebermos cegos. Será vida, água, pão, se estivermos à espera de quem nos faça voltar à vida. Se ainda não percebemos isso, Jesus realmente não irá nos interessar e, tampouco, precisaremos dEle.
O Tempo Quaresmal aí está para nos dar uma boa oportunidade de revermos nossa vida de fé, principalmente de reexaminarmos o que pensamos de nós mesmos. Afinal, conversão, mudança na maneira de pensar e de agir só têm sentido se estivermos descontentes.
Abrirmo-nos a Jesus, aceitando suas propostas, supõe nos sabermos necessitados, intensamente necessitados. Se assim nos percebermos, então, sim, Jesus poderá ser para nós epifania, ressurreição, vida para sempre!
Cônego Pedro Paulo Scannavino Paróquia São João Batista