É muito comum encontrarmos pessoas carentes, aflitas, depressivas, em pânico, estressadas... Fala-se que a sociedade moderna se preocupou muito mais em fabricar “maquinas” do que “gente”, mais mecânica do que espiritualidade, mais lucro do que o essencial.
Em meio a esse “cardápio” de sintomas patológicos, notabilizamos a ausência de um gesto: o do “abraço”.
Você já observou que muito raramente uma pessoa abraça com intensidade outra pessoa? Há quem se contente com um: “tudo bem?”, à distância ou mesmo estendendo a mão? Já pensou se tivéssemos a atitude de cumprimentar com um forte e sincero abraço as pessoas, principalmente aquelas mais próximas e amigas?
No contexto bíblico, Lucas 15,11-32, o abraço do pai ao filho pródigo fez dissolver todas as mazelas, decepções, arrogância, a precariedade e a soberba. O abraço apertado e afetuoso do pai devolveu àquele filho desgraçado o dom da vida e eternidade.
O abraço, segundo alguns especialistas, faz bem à saúde física e psíquica. Ele tem o poder de aumentar os níveis de uma substância chamada oxitocina, que ter a particular função de reduzir o estado de estresse e ansiedade, aumentando a sensação de felicidade e bem-estar. Pessoas com nível elevado de oxitocina têm a probabilidade de desenvolver um comportamento melhor de ligação com outras pessoas.
Hoje, nossos casais precisam se abraçar mais, precisam “encostar um coração no outro”. Quantas vezes um abraço forte e sincero substitui palavras, expressa sentimentos de amor, gratidão, saudade, pesar e confiança!? Corações atribulados se entendem e se acalmam no compasso da vida que se renova dentro de um abraço silencioso e profundo.
Quando vemos uma sociedade, família, grupo ou comunidade religiosa machucados, tristes, sem rumo, sem esperança, nós podemos dizer que estamos diante de pessoas que perderam a capacidade de se sentir.
Concluindo: Amar não é teoria, mas é sentir! Abraçar é discursar sem palavras! Abraçar é poder entrar no outro sem pisar no seu terreno! Abraçar é ser mais gente! Experimente, quando tiver oportunidade, abraçar forte e afetuosamente, pois o abraço sincero “custa tão pouco” e vale muito mais do que você possa imaginar.
Cônego Pedro Paulo Scannavino Paróquia São João Batista