Compensa ser autêntico?

Em nossa sociedade, encontramos todo tipo de comportamento. Algumas pessoas são precipitadas, não têm paciência de esperar a hora certa. Outras são tranquilas demais, deixam as coisas acontecerem, não têm pressa e nem se preocupam se está ou não na hora de agir. Algumas se preocupam demais com o futuro e acabam se prejudicando, não vivendo o presente como deveriam. E existem aquelas que, com sabedoria, aproveitam a experiência do passado e vivem intensamente o “agora”. Estas nos ensinam que vale a pena viver o hoje, em vista do futuro e de olho nas consequências e metas propostas.

Diante da reação das pessoas, principalmente nos dias de hoje, muitas vezes ficamos complexos, inseguros, sem saber como agir corretamente. Devido à pressão social de todos os lados, da necessidade de sobrevivência, das consequências negativas e prejudiciais ao nosso bem-estar, perguntamos: “Compensa ser autêntico, falar a verdade, expressar o que realmente pensamos?”.

Numa sociedade acostumada a aparências e conveniências, que confunde falar a verdade com grosseria, falta de educação e falta de polidez, não seria um suicídio ser autêntico? Guardando as devidas proporções da prudência e oportunidade, embora o preço seja às vezes alto e amargo, ainda assim posso afirmar, por experiência, que vale a pena, sim, ser autêntico e verdadeiro.

Contaminados e enfraquecidos pela mentalidade do mundo, muitas vezes nos sentimos covardes, não reagindo e aceitando sem contestação aquilo que contraria frontalmente nossos princípios humano-cristãos. Trocando a solidez da verdade pela fraqueza da mentira, da hipocrisia e da bajulação.

Quando encolhemos diante de reações e imposições, estamos simplesmente invertendo valores. A sociedade seria bem diferente, para melhor, se todos nós aprendêssemos a dizer sempre a verdade, na hora certa e diretamente para a pessoa, sem intermediários, para não correr o risco de filtrarem a nossa mensagem.

Não devemos ter medo de dizer o que sentimos, de demonstrar quem realmente somos e o que pensamos. Agindo assim, podemos evitar muitas e profundas decepções e frustrações.

Se hoje ainda nos sentimos incapazes de reagir a esta onda avassaladora da sociedade, coloquemo-nos humildemente diante de Deus, implorando sua graça para vivenciarmos o que Cristo nos recomenda: “Que seu sim seja sim e seu não seja não” (Mateus 5:37).

Caminhemos na verdadeira direção, para atingirmos a meta e sermos autênticos cristãos.


Cônego Pedro Paulo Scannavino
Paróquia São João Batista
Clima Bebedouro

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