Entre os encontros e desencontros de nossa vida, um, em especial, se destaca pela sua importância e profundidade. Trata-se do encontro com Deus.
Esse, podemos afirmar, é o diálogo existencial entre o Criador e sua criatura, que aparece na criação como “imagem e semelhança de Deus”.
Deus, em sua infinita misericórdia, desde o início até hoje, está continuamente em contato conosco não só nos mostrando o caminho da verdadeira felicidade, mas nos propiciando tudo o que necessitamos para conquistá-la na terra e perpetuá-la na eternidade.
Se disso temos convicção e fé, por que nem todos os seres humanos são felizes nesses moldes? A razão é simples: Deus respeita o dom da liberdade que deu ao homem.
Enquanto o Criador procura encontrar-se com a sua criatura, esta nem sempre corresponde. Daí os desencontros que constatamos e que tanta desgraça e infelicidade causam à humanidade.
Como pode dar-se o nosso encontro com Deus?
Pela Oração:
a) Vocal – rezar, falando com Ele, louvando, pedindo e agradecendo.
b) Silenciosa – orar, escutando o que Ele tem a nos transmitir através do pensamento, da inspiração, da realidade em que estamos envolvidos, de um milagre, ou mesmo algo negativo etc. etc.
c) De entrega – colocar-se nas mãos de Deus sem reservas e condições, tendo e procurando os meios adequados para atingir nossas metas humanas e pessoais, porém, deixando para Deus a última palavra. Daí a expressão: “Se Deus quiser!”. Deus nada permite à toa, sem um objetivo ou razão.
Pela Palavra Sagrada – Lendo a Bíblia e escutando com atenção e espírito de fé e questionando-se conscientemente: O que o Senhor tem a me dizer com este texto, palavras e entrelinhas?
Pela Eucaristia – contato pessoal e concreto com a pessoa viva do Cristo, através do Sacramento do Corpo e Sangue de Jesus.
Essas, portanto, são as oportunidades privilegiadas que temos para um encontro íntimo, profundo e eficaz da criatura com o Criador.
Geralmente, há pessoas que esperam reações extraordinárias para identificar esses encontros com Deus. Não podemos confundir esses gestos de fé conscientes com emoção forte, sensibilidade, impulso incontrolável. Basta crer com tranquilidade e colocar-se disponível, atentamente, sem reservas nas mãos de Deus. Ele não só atende solícito, mas nos ilumina, fortalece e nos mostra o caminho a seguir.
Encerrando: Fiquemos com a recomendação da primeira Carta de São Pedro (5,7): “Confiai ao Senhor todas as preocupações, porque Ele tem cuidado de vós”.
Cônego Pedro Paulo Scannavino Paróquia São João Batista