A última maçã

“Saúde, dinheiro, amor, paz e Deus quase nunca andam juntos”. (Austregésilo de Atahide)


Hoje vamos ver de perto um alguém que não é qualquer. Ele existe em muitas formas de expressão e pode estar bem perto de nós. Ele é diferente e simplório. Não tem grande inteligência, beleza, talento, mas tem muita sensibilidade. E por que precisaria de mais se seus sentimentos imateriais, internos, intensos o satisfazem?

O “Zé” é assim: silencioso, com aquele sorriso sempre presente na face já desgastada pelos anos vividos. Ele não sabe e nem precisa saber expressar seus sentimentos com palavras. Para que palavras se todos a usam e não conseguem explicar nem descrever o amor? Amor não se descreve nem se pensa. Amor acontece se sente isso é tudo!

Estamos nos referindo ao filme em DVD: “Alguém Qualquer”. Uma linda história do cinema brasileiro que nos faz conhecer o “Seu Zé”, com todo seu jeitinho de ser, naturalmente feliz, até nas expressões de humildade: “É a vontade de Deus né?”  “Não tem problema não?”“A gente nasce e morre né?” “Tá bom né?”

Esse alguém qualquer que não tem nada de qualquer, vive um amor inesperado. São só dois protagonistas: ele o “Zé” ela a “Jandira”. E precisa mais? Acredito que não! Muitos são os filmes que nos induzem a achar normal o sexo ilícito a violência, drogas, enfim psicopatias para todos os gostos. O “Zé” vem para desintoxicar-nos dessa overdose de coisas ruins, recheadas de costumes doentios que aos poucos vão contaminando e deformando nossos propósitos sadios do bem viver.

O roteiro do filme é muito bem cuidado. O cenário é o natural dia a dia do “Zé” e isto permite-nos entender direitinho a simplicidade das poucas palavras, quase monossilábicas do ator. Esta expressão é a sua marca registrada: “Deus quer assim, né?”

O cotidiano pode ser insuportável até que a rotina seja interrompida por dois seres que compartilham emoções recíprocas. Então não tem como se negar que: “São coisas de Deus!”.

“Alguém Qualquer” um belo filme de um ser excêntrico, humilde, acostumado a conviver com aceitação, compreensão, contentamento sem exigir muito da vida. O sorriso é enigmático, sempre desenhado na face, muitas vezes confundindo-nos a ponto de não sabermos bem se ele está sorrindo para nó ou de nós?

Excelente a interpretação de: Tristam Aronovich e de Luciana Stipp. Ambos com excelente domínio de cena buscam lançar um pouco de luz sobre as razões da vida ajudando-nos a acreditar que Deus não se esquece de nenhum de seus filhos, mesmo aqueles mais humildes...

Assim como a boa música é mágica e misteriosa e sempre tem a próxima nota musical, àquela que a gente quer ouvir, a vida também é assim, a gente espera e ela acontece e não só para o “Zé”.

A gente tem que compreender o significado dos fatos. A vida segue intensa, bela a espera que possamos “enxergar” na simplicidade das coisas, a sabedoria de Deus, motivando-nos a aplaudir a vida, como ela se apresenta.

Um alguém qualquer o “Zé”. Mas, quantos de nós podemos afirmar que somos alguém mais importante que o “Zé?” Tudo a ver com maturidade que só vem com o tempo e não é um objetivo é um processo contínuo que começa um dia e não termina nunca...


Reflexão – A gente dorme em um mundo e acorda em outro mundo sempre com novas descobertas, alegrias, tristezas e mais desafios. É bom que seja assim, a vida seria monótona se fosse sempre igual e repetitiva. Que bom que existem as “Jandiras” para mudar algo em nossas vidas.

Vale a pena ver o filme até porque vamos entender direitinho entre muitos estes três belos ensinamentos: Primeiro: A pessoa certa é aquela com a qual se pode ter cumplicidade. Não sendo assim, não rola nada! Segundo: Há homens invisíveis que constroem um mundo melhor. Esses são eternos. Vão brilhar como as estrelas, por toda a eternidade e jamais serão esquecidos porque deixaram legado como lição de vida. Terceiro: Humildade é para os fortes. O homem humilde revela a graça maravilhosa de Deus. Graça essa que se manifesta abundantemente, incomparavelmente para mudar a sua sorte. O nome disso? Verdadeiro amor programado por Deus capaz de engajar fortemente dois corações.


Detalhe: a nossa existência também vai ter “A última maçã”. Só vai entender essa realidade quem ver o filme: “Alguém Qualquer”.


Antônio Valdo A. Rodrigues
Clima Bebedouro

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