“O verdadeiro amor se descobre com o tempo de convívio e se fortalece com novas maneiras de se expressar”. (Cora Coralina)
Sentimentos ruins são inevitáveis. São como bichinhos capazes de penetrar de modo imperceptível e corroer, comprometer o equilíbrio da mente e do corpo. Contaminando a confiança, o entusiasmo, a alegria, os invasores causam desânimo, tristeza e enfraquecem as parcerias.
Inveja – Olhar e cobiçar a prosperidade e desejar o que pertence à outra pessoa. Invejar é crescer os olhos para a promoção do colega de trabalho; a viagem de férias à “Disneylândia” da irmã, ou as virtudes de um exímio pianista. A gente inveja a capacidade ou habilidade que permite ao outro ter mais, ser melhor que nós. Antídoto da inveja: Identificar os teus dons e talentos e desenvolvê-los cada vez mais.
Ganância – Ambição desmedida. Lucro, ganho ilícito, usura. O ganancioso só visa lucros lícitos ou ilícitos. O ser humano é uma entidade a ser mais bem analisada. Ele vive insatisfeito em busca constante de algo que nem sabe o que é. Ambição é uma força interna positiva que leva o homem a alcançar o que deseja com sensatez. Já o ganancioso é obsessivo, compulsivo. Para ele importa ganhar sempre, ser melhor do que os outros em tudo. Lutar pelo que pode dar mais sentido à vida é válido. É nocivo quando a busca é delirante para chegar logo aos resultados. O ganancioso passa por cima de todos, sem escrúpulos. Antídoto da ganância: Lutar pelo que dá sentido a sua própria vida sem prejudicar a vida de terceiros.
Soberba – Orgulho, arrogância, presunção. É tudo uma questão de compreender o mundo por meio do uso da razão, identificando as próprias dificuldades e respeitando o jeito de ser dos outros. A soberba afasta os colegas, dificulta o trabalho em equipe e causa o estresse. Antídoto da soberba: Exercitar hábitos e atitudes de humildade.
Raiva – Acesso de furor, grande irritação, esbravejar, ter ódio, aversão, rancor, ânsia incontida. A raiva é sinal que algo nos está oprimindo. A raiva é combustível negativo para a ação que geralmente é inadequada. O segredo é não se deixar enlouquecer pelo ódio, mas aproveitar o impulso para fazer uma aprendizagem para melhores atitudes. Um exemplo: uma mulher em vez de ficar furiosa porque foi chamada de gordinha, para não se irritar pode fazer uma medição do que seria o seu normal na tabela peso, altura, então perder o excesso e voltar o sentir-se bonita, saudável, atraente. Antídoto da raiva: Pensar antes de falar e nunca revidar sob o efeito da raiva. Afinal você quer ter razão ou ser feliz?
Vingança – Ato ou efeito de vingar, represália, ressentimento, punição a alguém para satisfação pessoal. O homem é algo a ser superado. Vingança não é atitude de quem pensa um pouco até porque tirar desforra é se igualar ao ofensor. Vingança em nada restaura a autoconfiança ou a auto-estima ferida. Melhor do que vingar-se é prosperar, crescer, ultrapassar a provação e vencer o momento de desafio. Antídoto de vingança: Tolerância, maturidade e um pouco de Deus.
Egoísmo – Amor-próprio excessivo, que leva o indivíduo a olhar só para seus interesses com desprezo dos interesses alheios. O egoísta trata só do que interessa a si. Ele é comodista! Tem uma vida irrefletida que não faz sentido. Não vale a pena ter sentimento exagerado da própria personalidade. Feliz aquele que supera o seu ego e consegue conviver com seus semelhantes e seus diferentes. Antídoto do egoísmo: Ser altruísta e mais humano em relação ao próximo.
Reflexão – Bichinhos assim multiplicam-se e ganham o coração da gente devorando-o pouco a pouco. Antídoto para buscar bons relacionamentos e não exclusões: Ter força moral, paciência sempre que formos visitados por esses destruidores das melhores luzes, da semente divina, do trabalho digno e do aperfeiçoamento espiritual.
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e Ele permite que esses bichinhos existam para o crescimento das partes envolvidas.
Agora convém fazer uma pausa para a reflexão. Não podemos esquecer que o momento é apropriado para aplicar a nós, os mesmos padrões e valores que aplicamos aos outros. Faz sentido isso não?
Antônio Valdo A. Rodrigues