Um carro azul

“Ser amigo da verdade, solidariedade, justiça, amor, é dar prioridades a valores. Isto torna o homem bom”. (Huberto Rohden)


Somos todos colecionadores de histórias. Então vamos ver mais uma.

“Um homem bem sucedido na vida, dirigia em alta velocidade o seu lindo carro azul, por uma rua da cidade. De repente um garoto adiantou-se, quase alcançando o meio da rua e ficando bem próximo à passagem do automóvel, fez sinal para que o motorista parasse o carro. Surpreso e um pouco assustado o motorista imediatamente freou o veículo e deu a ré até o local onde se encontrava o garoto Saiu do carro e irritado gritou: “Você está louco? Quem você pensa que é? Por que me fez parar o carro? Não vê que estou com pressa e não tenho tempo a perder?

“Desculpe-me senhor!” Implorou a criança. “Eu não sabia mais o que fazer! Não tenho ninguém para me ajudar neste local!” Lágrimas corriam do rosto do garoto... “É meu irmão... Ele caiu de sua cadeira de rodas e como ele é pesado eu não consigo levantá-lo”. Ainda soluçando falou:  “O senhor poderia me ajudar a recolocá-lo na cadeira de rodas? Eu sozinho não consigo fazer isso!”

Comovido com aquela situação, o motorista acompanhou o menino e ali bem perto estava mesmo, um deficiente físico prostrado ao lado da cadeira de rodas. Imediatamente o socorrista amparou o cadeirante e com a ajuda do menino recolocou-o sobre a cadeira. A seguir retirou de sua carteira uma importância significativa em dinheiro e entregou-a ao deficiente que agradeceu humildemente: “Muito obrigado!” foi a resposta: “Que Deus o abençõe por sua grande generosidade em nos ajudar. Somos pobres e com este dinheiro vamos comprar alimentos”. E eles foram embora se distanciando cada vez mais... O empresário permaneceu estático, pensativo. Ele não estava sozinho... Era ele e seus pensamentos sobre a vida. Voltou ao seu lindo carro azul, saiu lentamente e logo se misturou com o trânsito das ruas. Com certeza estaria pensando: “Por que corro tanto? Por que tanta pressa? Por que viver a vida aceleradamente? Por que não ser mais cuidadoso com as coisas que acontecem bem ao meu lado? As coisas são como elas são e pronto. A gente é que precisa ser adequado à vida”.


É provável que o homem do carro azul não esqueça jamais aquela lição. Os homens sempre vão errar, mas só os grandes homens reconhecem que erraram. O amadurecimento é coisa desejável que vem com o tempo aos poucos e isso exige o desejo de crescer, de aprender. Na verdade as pessoas não escolhem o acontecimento. É o acontecimento que escolhe as pessoas para revelar necessários momentos de mudança. Não é preciso muito para ter equilíbrio basta nos momentos de provocação fazer uma leitura da vida para saber onde estamos errando. Outra coisa importante é que viver é levar “Deus” mais a sério. Mesmo assim haverá dor, mas também se evitará muita dor. Isto só acontece com orações e quando levamos alegria às pessoas. Afinal em algum momento da vida nós vamos ter que aprender a lidar com nossas incompreensões.


Reflexão – Oh, realidade! Onde está a tua verdade? Será que está nos detalhes? A verdade é silenciosa, discreta, soberana e esperamos que ela sempre nos oriente a fazer o nosso melhor.

E terminando, todos os dias nós morremos um pouco, mas o homem insistentemente pede à vida que ela seja o que não é! E quando a vida se torna o que não é o homem não a quer mais. O ser humano é assim mesmo, vive no passado que não passa nunca e em um presente que não o satisfaz jamais.

A vida não pode ser mequetrefe, mais ou menos, faz de conta, implausível. André Spanville diz assim: “Ame, mas se não conseguir amar, faça o que precisa ser feito”. Não dá para voltar os ponteiros do relógio. Isso não funciona! Um dia vamos entender por que a vida acontece assim, desse jeitinho que nos incomoda.


Nota: Apenas um carro azul? Mais que isso, ingredientes do cotidiano para fortalecer nossa história de vida. A vida e a morte são temporais, o crescimento é eterno.


Antônio Valdo A. Rodrigues
Clima Bebedouro

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