“Dê a quem você ama: asas para voar; motivos para voltar e raízes para ficar”. (Dalai Lama)
Então, “ói nóis aqui trá veiz”, falando de felicidade. Isto é entender que ter felicidade é ter imaginação, é evitar mil males, é prolongar a vida.
Felicidade é assim mesmo só nos pertence quando a damos. Ela é por sua natureza encantadora, misteriosa, mágica, intensa, interna, imediata... É a mesma alma habitando em dois corpos. Aliás, para estar junto não precisa estar perto, mas sim dentro, bem dentro...
Felicidade e imaginação são irmãs gêmeas. Aquele que não tem imaginação não sabe o que está perdendo. Imaginação e sonhos se misturam. Afinal o que é realidade, o que é imaginação se a imaginação se incorpora à realidade? Felicidade está engajada com os conhecimentos que temos sobre nossos próprios mistérios.
Acredito que nem todos conheçam o “Jogo do Contente”. Ele é assim: “Nos momentos de solidão, ausências faça um esforço de imaginação para tornar realidade, em pensamento, recordações de tua vida, que te deixaram muito contente e feliz. Fatos que estão em um passado não tão distante assim, mas que insistem em permanecer próximos ao momento presente.
Pode ser a lembrança de uma pessoa querida, um beijo inesperadamente roubado, mas carinhosamente recebido. A propósito beijo não se define não se descreve até porque os beijos nunca são iguais, cada um tem o seu sabor.
Essa recordação pode ser também um presente que se deu ou que se recebeu. Enfim uma carta. Imagine a pessoa bem perto de você... Que delícia! Percebeu? O momento difícil de tristeza se transforma em sensação de bem-estar, uma vontade ardente de querer ordenar a avalanche de desejos”. É assim o jogo do contente. Fácil não? Uma solução que resgata momentos felizes que são prazerosamente revividos.
Funciona! Pode crer, é uma espécie de “qualidade de vida” imaginada, independente da materialidade da parte envolvida.
Mas há um detalhe, “Eros” o deus do amor exige silêncio ou boa música, orquestrada de preferência e concentração para que você possa dar um mergulho dentro de si. Antes de dormir é um bom momento. É até possível que teu espírito por extensão, possa encontrar-se com esse alguém. Só que ambos vão esquecer desse encontro telúrico ficando apenas sensações indeléveis de que a vida é sim um espetáculo que se renova sempre.
Entretanto pode haver este tipo de questionamento: Será que não buscamos avidamente a felicidade porque somos candidatos certos à infelicidade? Sei não! Observe as doenças, as rejeições, limitações, frustrações, morte, enfim um infinito de perdas que se sucedem...
Seria pecado ou impróprio viver obcecado pela felicidade? Seria uma forçação de barra tentar ser feliz? Creio que não! Não é essa a ideia. Seria apenas uma intenção que busca lançar um pouco mais de luz para que o amor possa ser sempre celebrado
Resumindo, há infinitas razões para temer a infelicidade, mas há muitas razões para compreender que a felicidade não pode ser eliminada do dicionário de quem sonha e ousa caminhar...
Reflexão – Ter medo do desconhecido impede que a vida aconteça em toda sua grandeza. Uma partida de futebol mexe com o emocional porque os jogadores estão combatendo e ninguém sabe quem vai ser o “céu” e quem vai ser o “inferno”. O que importa é que o “bom combate” possa trazer prestígio, aplausos... Assim é a vida ninguém pode afirmar o que vai acontecer. Somente aquele que reunir o melhor de sua imaginação vai ser vencedor.
Quando o gigante Golias, à frente do seu exército pretendeu derrotar o exército de Davi, todos temeram... Uns disseram a Davi: “Ele é muito grande, não tem como ganhar dele”. Davi encarou o seu rival e disse em bom tom para todos ouvirem: “Ele é muito grande não tem como errar!” E usando a sua imaginação e a força de sua “atiradeira” arremessou o petardo. O projétil atingiu a fronte do grandalhão que desabou fulminado. Coisas dos homens, mais de Deus!
Bem-vindo ao mundo da imaginação. Einstein já afirmava: “O conhecimento jamais substituirá a imaginação”. Realmente a imaginação não pára, não pára não!
Nota: Veja o filme: “127 horas”. Vai ser fácil compreender como Herlon Austom, usando sua imaginação, passou por momentos tão difíceis.
Antônio Valdo A. Rodrigues