O mito Sísifo

“A vida não precisa ser bela. Basta ser bem vivida em sua verdadeira essência”.(Albert Camus)


Hoje vamos conhecer direitinho a história desse tal “Sísifo”.


“Sísifo era um Rei Grego e como qualquer mortal, tinha seus talentos, mas tergiversava flagrantemente na administração do seu reinado. Era total o seu despreparo e desinteresse para as ações do seu governo. Ele estava muito distante da velha tradição grega de eficácia.

Sísifo era naturalmente desligado. Ele se dava bem com a rotina dos seus dias ociosos, comuns sem serventia alguma, sem mudanças nem desafios. O seu superego se satisfazia com a sua “Doce vida” e com o Rei não era possível diálogo nenhum. O seu horário era dividido entre as tarefas mais simples e outras não necessárias. É verdade, ele vivia inútil na fragilidade da dúvida.

Vivendo assim, na sua zona de conforto, Sisífo aos poucos foi perdendo o seu propósito como rei e líder. E assim com procedimentos desrespeitosos à dignidade dos homens que governava alienado da realidade, Sísifo acabou por perder o tão necessário “apoio dos deuses”. E foi condenado a um destino terrível. Sua tarefa era carregar uma enorme pedra até o topo de um monte só para vê-la rolar de volta ao solo. Sísifo tinha então que caminhar penosamente de volta para pegar a pedra e recomeçar, repetindo por toda a eternidade aquele martírio e inferno de vida”.


O que podemos aprender com esta narrativa? Que no mundo há muitos homens que estão acostumados a viver o seu medíocre mundinho. Esquecem-se que teem obrigação de tornar suas vidas e as dos que estão ao seu redor mais significativas.

A mesmice é mortífera, pois diminui as chances de mais espaço e descobertas. O filósofo Proust diz que: “A rotina funciona como anestesia, desviando a avidez da nossa natureza investigativa de um foco criativo”. A estas alturas parece-nos válido lembrar Bertrand Russel com este seu sinergismo para libertar as pessoas do “lugar comum”. É assim: “Mudar Sempre! Se nada mudar, invente... E quando mudar entenda... Se ficar difícil enfrente...

Quando ficar fácil agradeça... Se a tristeza estiver por perto, alegre-se... E quando ficar alegre contagie... E se tiver que recomeçar, acredite... Você afinal, tudo pode... Tudo consegue pelo amor e pela fé que tem em Deus!”

Beltrand Russel está corretíssimo. Em algum detalhe podemos mudar, transformar, enxergar mais. Não sendo assim, nossa vida vai se tornar mais uma fábrica de cansaço e tédio do que de esperança.

Lembro-me de ter citado esta reflexão: “A vida é você que faz valer à pena”. Em outras palavras, é você quem tem que abrir seus próprios caminhos, transpor os obstáculos, afinal não é legal ser visto como: “Sísifo de Plantão”.

Até porque não é o pai, a mãe, o professor, namorado, o cônjuge, o colega que vai fazer você ser mais feliz ou menos feliz. Eles podem ser facilitadores de momentos relevantes, ou talvez complicadores, mas só você pode decolar com o seu voo solo.

O mito Sísifo não pode ter em nós a menor presença. Só os que insistem em ser lentos no progresso e tardios na evolução, só esses vão ceder espaço para o indolente Sísifo.

Mude, invente, transforme... Ah, acredito que é possível sim! Não é tão difícil se contaminar com Deus e bons valores e considerar que: “Viver no mundo é uma coisa, ser do mundo é outra coisa”. Essa é uma verdade que não pode ser esquecida. A questão é ter controle sobre as circunstâncias sem jamais ser controlado por elas. Abrir os olhos da “mente” é só uma questão de ver além das aparências.


Reflexão – Como todos os mortais Sísifo tinha talentos que precisava alimentar. Note bem talento, dom, é como um esporte. Se não praticamos perdemos a habilidade e sofremos as consequências. Quem não insistir em aperfeiçoar cada vez mais os dotes que Deus lhe deu, de nada vai adiantar querer ser o melhor... Vai ser sempre Sísifo.

Com certeza a saída é inovar. Afinal o mundo é governado por leis materialistas ou leis filosóficas? Claro que são leis materialistas movidas pelo poder e o lucro, sendo assim em qualquer idade ou nível de trabalho, o profissional corre o risco de sofrer um “ataque de sisifosidade”.

Como explicar a complexidade das sociedades humanas e a matéria imperfeita de que somos feitos? Só pode ser ele. Esse cara, veio lá da Grécia e insiste em permanecer aqui nos dias atuais. Chô Sísifo!


Antônio Valdo A. Rodrigues
Clima Bebedouro

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