“Não desperdice o teu sofrimento, pois ele tem importância didática no teu crescimento”. (Cora Coralina)
Nilza Maria Rancan Veiga, fazendo comentários sobre: “Bodas de Ouro” publicado em (16/04/2016). Vamos aos finalmentes sem antes agradecer. Obrigado Nilza, isso repercute como identidade de foco e celebração de autoestima.
“Caro Valdo, é a primeira vez que vejo esse tema ser abordado e com tanta coragem! Pensei, por que não refletir um pouco mais sobre o reverso da medalha? Assim, se o esposo tem todos esses pedidos de perdão a fazer a sua esposa, também pelo pacto conjugal a esposa pode amenizar o desgaste e dizer... ‘Meu marido você me perdoa?
Você me perdoa por não ter compreendido a tensão sofrida por você na condução dos nossos dias? Por não perceber que o teu silêncio e necessidade de quietude era apenas uma válvula de escape da sobrecarga que a tua atividade profissional te causava todos os dias?
Você me perdoa por ter te sobrecarregado com coisas pequenas na criação de nossos filhos que eu mesma poderia resolver sem te preocupar mais? Por não ter oferecido o conforto do meu abraço “verdadeiro repouso do guerreiro”, para te mostrar onde procurar abrigo nos momentos difíceis?
Você me perdoa? Por ter cobrado passeios, visitas, festas, roupas, jantares, flores que eventualmente você não me ofereceu? Por não ter oferecido o sorriso, a mão amiga, o ‘aconchego íntimo’, às vezes tão necessário que você precisava e eu não percebi? Você me perdoa?
E finalmente me perdoa pelo meu egoísmo de não ter mostrado a você todo o amor que sempre alimentei por você. Querido será que há tempo e disposição para você me perdoar por tudo isso? Sabemos que a vida sempre vai ser recheada de: dor, medo, desejo, mas dificuldades e dores teem como propósito derramar luzes nos tempos que nos restam para viver com tolerância compreensão e harmonia na Paz de Deus”.
Parabéns Nilza! Amei as belas, verdadeiras palavras iluminadas que nos fazem repensar no “Clima de Amar”, que deve ser compartilhado no dia seguinte, independente dos ressentimentos de hoje. Dizem que uns nascem para sofrer e outros para rir. Penso diferente, acredito que todos nascem para amar e creio que bondade é ser bom, benignidade é fazer o bem até porque no fim da jornada ninguém morre de verdade, apenas muda de estágio. Nada é tão eterno como a poesia, a música e o amor. O amor de duas pessoas que se envolvem é que nem a água, sempre encontra um caminho.
Então é essa a verdade. Não é fácil mudar aos 50 ou 60. São contas, filhos, fim de carreira... Ninguém chega aos 70 sem doenças!
É outro nível de vida que não é nada fácil. No lugar de açúcar, sal, gostosuras, há muitos remédios, calmantes, pouco dinheiro e fragilidades. É chegada a hora de se fortalecer. Do arco que empurra a fecha eu quero agora a força que a dispara. Outra coisa, aquilo que mais custa não é ter tentado e falhado. É nunca ter tentado. A angústia deste último suplanta o fracasso do primeiro. Todos teem o direito de se sentir autênticos!
É assim a epopeia existencial... Se já pesava muito, agora no entardecer, pesa muito mais. E depois deste dia vem o dia seguinte sempre com menos, bem menos... Tudo muito difícil, muito complicado. Que fazer meu Deus, que fazer?
Reflexão – Não temos as respostas! Como saber o que é certo e o que é errado fazer na idade provecta se cada um tem a sua realidade? Quem pode ter as respostas se ainda não sabe quais são as perguntas? Sinceramente as coisas são como são, cada um com o seu cada um. Cada um vai “trolando” seu próprio rito de passagem... Uma coisa é absolutamente relevante: “Quando Deus está no controle nunca perdemos a direção da luz que nos guia, sejam quais forem os imbróglios”.
E concluindo só quem está “pegando fogo” pode ter a chama apagada. Até lá que haja bastante “Clima de Amar” em muitos níveis e direções. A propósito é proibido proibir a expressão - “Eu te amo!” Esse é um sentimento triunfante e deve ser regra básica de conduta. O que importa é que essa aliança entre o homem e a mulher tenha forte intimidade com Deus. Intimidade com Deus é oração. Não sendo assim corremos o risco de ficar no fim do mundo e ainda ser o último da fila.
Antônio Valdo A. Rodrigues