Bodas de ouro

“Quando a última coisa que você tiver for Deus, você vai descobrir que Ele era a única coisa que você precisava ter”. (Richard Baxter)


A vida é uma roda gigante emocional na qual conviver bem nem sempre é uma constante. A realidade é também um mundo de frustrações, desejos, silêncio, luz, sombras, segredos, recordações, muitas vezes ocasionando cansaço e desilusões.

Pensando assim, acreditamos que no caminhar da carruagem inúmeras falhas existem, então deveria existir no calendário o “Dia do Perdão em Família”. Nesse dia cada familiar poderia dizer ao membro da família: “Por favor, você me perdoa?” Com certeza e sem medo de errar o esposo poderia ser o primeiro da fila, e para isso não precisaria nem esperar as “Bodas de Ouro” para dizer à esposa: “Querida, por favor, você me perdoa? Por não conseguir ser sempre o melhor de mim mesmo. Pelos desentendimentos sem motivos, por coisas banais, sabe uma espécie de mistura da tua menopausa com a minha andropausa. Pelas reclamações injustas, pelas exigências excessivas, por ser tão infantil, intenso, tenso e ciumento. Por não ser mais compreensivo carinhoso e gentil. Por não reconhecer o seu valor e não agradecer todos os momentos maravilhosos que vivemos juntos...

Querida você me perdoa? Por não ter sido mais presente, atencioso, generoso, por não ter contribuído para realizar tanto os teus sonhos. Por não ter dado mais alegrias a tua vida, toda dedicada ao lar. Por eu ser exageradamente focado no meu trabalho. Por gostar de ficar quieto e sozinho em casa, Por ser egoísta e não estar sempre disponível e solidário. Por não ter sido aquele esposo com idéias inovadoras e brilhantes. Por ter provocado lágrimas no lugar de sorrisos... Querida você me perdoa?

Depois de pensar em uma lista enorme, percebi que preciso pedir perdão em primeiro lugar a Deus que me fez para propósitos tão elevados e eu o decepcionei tanto com minha intolerância, impaciência e insatisfação, não dando a você todo o carinho que você sempre deseja. Também por não passear, viajar com você, não alimentar sonhos teus de criança todos os dias. Por ter sido muitas vezes um tempo nublado quando deveria ser um raio de sol. Querida, você me perdoa?”


Na escada da vida, cada degrau é uma conquista e cada tombo uma lição, mas, quando se tem o “endereço de Deus” torna-se mais fácil compreender que, se de perto ninguém é normal, amar é estar bem próximo sem pesar com a presença. Essa é a essência para agradar a Deus, 24 horas em todos os instantes.

No convívio familiar três procedimentos nossos são imperdíveis e agradam profundamente ao nosso Pai: altruísmo, humildade e obediência. Realmente o justo vive pela fé na humildade porque ela é a sua fortaleza a transpor o egoísmo, a arrogância e a desobediência.

Importante não esquecer que os dois dias mais significativos de nossa vida são: o dia que nascemos e o dia que descobrimos por quê? Descobrimos porque quando tocamos a vida de alguém para sempre, em outras palavras, quando percebemos que o cotidiano é insuportável e a rotina perfeita é Deus. Nesse caso nossa “digital espiritual” não se apaga jamais da vida das pessoas que tocamos.

A vida é assim mesmo, experiências servem como transição. Fala sério, é impossível haver algo mais direto, claro e incisivo do que isto: de repente a gente aparece de repente alguém está esperando por nós e de repente, tudo tão de repente deixa de existir!


Reflexão – No livro: “Variações sobre o Prazer”, de Rubem Alves, há preciosidades que nos ajudam a entender que nunca é tarde para começar de novo. Encontramos nesse livro esta reflexão: “A vida para ser bela deve ser cercada de vontade, companheirismo, bondade. Assim não procure a felicidade. Encontre-a bem perto”. É verdade, Deus não se economiza para presenteá-la a ninguém. Há ternura e afeto para todos. É só uma questão de ter esperança, merecer e querer enxergar.


Antônio Valdo A. Rodrigues
Clima Bebedouro

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